"Sala de Crise" vai tentar diminuir impactos da seca no Pantanal
"Sala" é composta por técnicos, autoridades ambientais de MS e MT e representantes de organizações civis
Diante da seca que tem intensificado os incêndios no Pantanal e o baixo nível dos rios, a ANA (Agência Nacional de Águas) criou uma Sala de Crise, para discutir soluções capazes de diminuir os efeitos da crise hídrica em Mato Grosso do Sul e no estado vizinho, Mato Grosso. A Sala de Crise é composta por técnicos, autoridades ambientais dos dois estados e representantes de organizações civis que atuam na área.
“O objetivo é nivelar informações, promover a articulação de atores e coordenar ações de gestão de recursos hídricos para enfrentar o que vem se configurando como a pior seca já registrada na região”, comentou o secretário Jaime Verruck, titular da (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
A criação da sala de crise foi uma das pautas tratada em reunião remota, nesta última terça-feira (22), com cerca de 90 participantes entre autoridades, gestores e técnicos, incluindo também a secretária de Meio Ambiente do governo de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti.
Estima-se que os incêndios já tenham cerca de 3 milhões de hectares de vegetação pantaneira. A estiagem também tem causado redução no nível de água dos rios, em especial o Rio Paraguai, que está com o seu menor nível em 55 anos.
“Chegamos ao consenso, ouvindo as avaliações técnicas, que a situação da seca vai se agravar nas próximas três semanas, embora eu entenda que só teremos a normalidade das chuvas em três meses. Sendo assim, e mantendo todo o aparato que já disponibilizamos para fazer o combate aos incêndios, vamos continuar sofrendo, já queimaram 3 milhões de hectares e não sei mais quanto vai queimar. A situação é bastante grave”, completa Verruck.
A "Sala de Crise do Pantanal" vai se reunir novamente, de forma remota, no dia 1º de outubro, quando já devem ser propostas ações para enfrentamento do problema, de forma coordenada e conjunta. Por enquanto não há risco de desabastecimento das cidades que dependem dos principais rios do entorno pantaneiro, no entanto, a navegabilidade do rio Paraguai já foi afetada e deve piorar nos próximos dias.
Relatório apresentado pela Capitania da Marinha instalada em Ladário prevê que o nível do rio Paraguai, que já atinge a marca mais baixa na régua existente naquele ponto desde 1947, vai continuar baixando.
Os institutos de Meteorologia estimam que para as próximas três semanas o acumulado de chuvas na região do Pantanal não deva ultrapassar 17 milímetros, insuficiente para apagar os focos de incêndio. As temperaturas devem subir e a mistura de calor e baixa umidade é propícia para o fogo se alastrar.