Setor espera retorno do pescador consciente e cauteloso aos rios de MS
Piracema termina no dia 1º de março, liberando a atividade nos rios de Mato Grosso do Sul
A partir de sexta-feira (1º), os pescadores já podem colocar os equipamentos no barco e aproveitar a abertura da temporada de pesca. Para quem trabalha no setor, o fim da Piracema marca oficialmente o início do ano. Mas o perfil anda mudando e nem todo mundo sai para pesacar assim que o defeso termina.
Conhecido por promover a pesca noturna no Rio Aquidauana, Fábio Lopes está com os preparativos a todo vapor. Diz que os adeptos da pesca já garantiram a data para a aventura, mas de forma estratégica.
“As reservas estão para o decorrer do ano, não muito para abertura, pois tem pessoas que preferem saber como está o rio para peixe, vai vendo se o rio está produtivo ou não. Aqueles que são realmente apaixonados preferem esperar, ir dias depois, para pensar a melhor estratégia”, conta o instrutor.
Attila Lellis faz parte de uma família que trabalha no ramo da pesca há 37 anos, nos rios Paraguai e Miranda. Ele também percebeu que as pessoas estão planejando melhor suas viagens para que tenham certeza que será proveitosa.
“A expectativa é muito boa, só que as pessoas estão muito mais inseguras. Agora costumam reservar a data com quase dois meses de antecedência, montam bem o grupo e, só então, fazem os pagamentos. Penso que é pelo valor investido nos equipamentos de pesca, que encareceram e pouco conhecimento nas leis vigentes, já que ainda fazem confusão com as regras do Mato Grosso”, disse Attila.
Conforme explica o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), desde 2020, só é permitido ao pescador levar um exemplar de peixes de espécie nativa, além de cinco exemplares de piranhas, dentro das medidas mínima e máxima. Se a espécie pescada estiver fora dos tamanhos permitidos, deve ser solta imediatamente no local. Já a pesca do dourado deve seguir proibida até 2025, após prorrogação de um ano a ser aprovada no Legislativo ainda nesta semana.
Apenas as espécies consideradas exóticas não têm cota. O pescador pode levar qualquer quantidade que conseguir pescar de apaiari, bagre africano, black bass, carpa, peixe-rei, sardinha-de-água doce, tilápia, tucunaré, zoiudo e tambaqui.
Perfil - As regras em vigor já estão moldando os turistas que visitam os pontos de pesca de Mato Grosso do Sul. É o que notam os trabalhadores do setor de hospedagem, como Cristina Bastos, proprietária de pousada no distrito de Miranda e vice-presidente da Visit Pantanal - associação de empresários e agentes do segmento de hospitalidade, gastronomia e de serviços turísticos do Pantanal de Miranda, Aquidauana, Corumbá e da Serra da Bodoquena.
“O perfil do turista de pesca mudou. Estão vindo muito mais casais e mulheres, é um turista mais consciente das normas ambientais. Os barcos hotéis estão bem cheios e as pessoas não se importam mais em levar o peixe, elas gostam de pescar o que deixa o setor bem interessante e atrativo”, defende Cristina.
Para sanar todas as dúvidas, desde 2021 o Imasul e a PMA (Polícia Militar Ambiental) disponibilizam uma cartilha digital, que pode ser acessada clicando aqui. Para se aventurar na pesca esportiva, é preciso ter a Licença de Pesca, adquirida em outro portal do Imasul (clique aqui) ou pelo aplicativo MS Digital, disponível para celulares Android e iOS.
Assim como nos anos anteriores, a PMA (Polícia Militar Ambiental) estará com todo efetivo em operações nos principais pontos de pesca do Estado para garantir que as regras de retorno da pesca sejam respeitadas.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.