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Meio Ambiente

Subida das águas é lenta na estação das chuvas

Nível do Rio Paraguai em Cáceres – um termômetro para o comportamento das águas – está ainda abaixo do normal

Silvio de Andrade, do blog Lugares | 23/12/2022 16:55
Rio Paraguai: bancos de areia reaparecem na região do Morrinho (ponte sobre a BR-262), em Corumbá. (Foto: Silvio de Andrade)
Rio Paraguai: bancos de areia reaparecem na região do Morrinho (ponte sobre a BR-262), em Corumbá. (Foto: Silvio de Andrade)

A previsão de maior concentração de chuvas na região que compreende as cabeceiras do Rio Paraguai e Cáceres (MT), a partir de meados de dezembro, cria uma expectativa de melhor cenário hidrológico para a bacia do Pantanal, que há mais de três anos sofre com uma sequência de secas. O nível do Rio Paraguai em Cáceres – um termômetro para o comportamento das águas – está ainda abaixo da normalidade para o período.

A partir da segunda quinzena de dezembro registra-se maior volume de chuvas nessa região, com estimativa de acúmulos de até 300mm na última semana do ano. E a previsão é que o verão tenha chuva dentro da média em todo o Pantanal, como em Cáceres, que terá essa situação nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023. Chuva volumosa tem ocorrido no baixo Pantanal (Corumbá), onde os rios estão praticamente secos.

A se confirmar as previsões, a tendência é o Pantanal passar por um período menos crítico de seca no próximo ano. O nível do Rio Paraguai em Cáceres, no dia 23 de dezembro, era de 1,98m, bem superior ao registrado no mesmo dia de 2020 (0,78cm). Essa água de Cáceres leva até três meses para chegar a Ladário (cidade vizinha a Corumbá), cuja régua fluviométrica é considerada padrão para estimar cheia ou seca.

Se chover, enche

Para os pesquisadores e pantaneiros, ainda é cedo para um diagnóstico mais preciso das mudanças hidrológicas na bacia. No entanto, os níveis registrados até agora são abaixo do esperado para a estação de chuvas. Cáceres registrou, na primeira semana de dezembro, o segundo menor nível em 57 anos, mas está em elevação. Em Ladário, o rio está em 0,32 (dia 23/12), abaixo de 2021 (0,58cm), mas acima de 2020 (0,08cm)

Segundo estimativas do último boletim divulgado pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Paraguai, elaborado conforme o monitoramento realizado pelo Serviço Geológico Brasil (CPRM), o nível do rio em Ladário deve chegar a 0,51cm na primeira semana de janeiro, reflexo das chuvas localizadas na região, com acumulo de até 95mm. O maior volume de água em Cáceres esse ano (4,69m) ocorreu em meados de março: em Ladário, foi de 2,64m, em junho.

Os afluentes do Rio Paraguai também em baixa, como os rios Miranda, Aquidauana e Taquari, que banham a planície pantaneira entre as cidades de Corumbá, Ladário, Miranda e Aquidauana. Em Porto Murtinho, no Pantanal do Nabileque, no extremo sudoeste, o comportamento do Rio Paraguai não difere das demais regiões. O nível das águas (1,43m) no dia 23 de dezembro era inferior aos dois últimos anos, segundo divulgou a Marinha.

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