Temporal de fuligem atinge comunidade na Barra do São Lourenço
A fumaça provocou falta de ar intensa em duas pesssoas e uma outra chegou a desmaiar
A imagem parece ter sido realizada em meio a uma nevasca, mas ao contrário do que aparenta o vídeo revela uma tempestade de fuligem proveniente das queimadas do Pantanal. O fenômeno foi registrado na Serra do Amolar na tarde dessa terça (13).
A moradora e porta-voz da comunidade da Barra do Rio São Lourenço, Leonida Aires de Souza, conhecida como Eliane, foi quem fez o registro as margens do rio. Ela conta que por volta das 16h uma nuvem de fumaça começou a levantar como se um temporal estivesse se formando, mas que não tinha vento ou trovão.
“De repente ele veio, uma nuvem enorme como chuva de fumaça, foi ficando tudo escuro e não conseguíamos enxergar nada aqui no rio”, relembra Eliane.
Além de dificultar a visibilidade, a chuva de fuligem durou a noite toda e causou problemas de saúde em todos. Segundo a ribeirinha, duas pessoas tiveram falta de ar intensa e uma menina chegou a desmaiar. “Foi muito intensa, mesmo dentro de casa a gente não estava conseguindo respirar direito”, conta.
A região da Serra do Amolar faz parte do Pantanal de Corumbá, perto da divisa entre os estado de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Mais de três milhões de hectares do bioma foram devastados pelas queimadas e uma seca histórica atinge os rios da região.
O Sargento Carlos Alberto, do 3° grupamento de Bombeiros Militar, confirmou que o fenômeno do vídeo é resultado de uma grande carga de resíduos queimados, mas afirmam que não foram acionados na região. " Não foi realizada nenhuma solicitação recorrente a problemas de saúde dos moradores da Barra do São Lourenço', pontua.
De acordo com a meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do tempo e do Clima de MS), Franciane Rodrigues, a estação do Inmet registrou na região rajadas de ventos relativamente fracas em relação a outros municípios do estado, mas se mantiveram constantes. “A estação registrou ventos variando entre 27 km/h e 30 km/h por quatro horas consecutivas, o que explica o transporte intenso de fumaça com fuligem”, esclarece.