Tronco que abrigava araras tinha filhote no ninho, mas estava velho
O tronco de um buriti, que abrigava um casal de araras Canindé, localizado na avenida Silveira Gomes, próximo ao residencial Dahma, em Campo Grande, e que caiu na semana passada, tinha um ninho com filhote e caiu porque era em um tronco antigo e estava em uma área alagada, o que acelerou a decomposição da árvore, segundo o Projeto Aves Urbanas-Araras na Cidade.
O fato, que foi noticiado no Campo Grande News, em matéria publicada no domingo, chamou a atenção de pessoas que moram na região e passam pelo local diariamente. Algumas pessoas chegaram a levantar a hipótese de que teriam derrubado o tronco para pegar os filhotes.
O que aconteceu, de acordo com a explicação da equipe projeto, na terça-feira da semana passada, dia 24, por volta das 14h30, o ninho estava sendo monitorado por uma bióloga quando a árvore tombou.
Ainda segundo informações da equipe de biólogos do Projeto Aves Urbanas-Araras na Cidade, o ninho estava com um filhote recém nascido, que com a queda apresentou leves hematomas, mas sobreviveu. Porém, por causa do frio e como a ave tinha poucos dias de vida, a equipe resolveu deixá-lo em outro ninho próximo ao local, onde havia dois filhotes com idades próximas.
Para verificar a aceitação do filhote pelo outro casal de araras, uma integrante do projeto permaneceu no local em observação por mais de uma hora e, no dia seguinte, a equipe voltou ao ninho e verificou que o filhote havia sobrevivido, conforme esclareceu a equipe do Aves Urbanas-Araras na Cidade.
Segundo os biólogos, a equipe até pensou em improvisar um ninho artificial e instalá-lo próximo ao local do tronco que caiu, mas, conforme explicam, “o filhote não era grande o suficiente para vocalizar (gritar) e atrair os pais”, por isso, desistiram dessa ideia.
Conforme informações da equipe de biólogos do projeto, o ninho estava sendo monitorado há três anos e, além do casal de araras que estava no tronco, outras espécies também ocuparam esta mesma “casa”.
Os monitoramentos do projeto são realizados semanalmente de julho a dezembro, período que compreende a estação reprodutiva da espécie em Campo Grande. Atualmente, são acompanhados mais de 30 ninhos cadastrados pela equipe na cidade.