Vento forte e nuvem de poeira mudam paisagem na véspera de frente fria
A ventania antecipa a mudança de tempo, com chegada de frente fria
Um mês de estiagem em Campo Grande, vento forte e o resultado é poeirão que encobre a cidade no fim da manhã desta terça-feira. Na região da saída para Aquidauana, dados da Base Aérea indicavam velocidade dos ventos em 59 quilômetros por hora, por volta de 11h. Mas a ventania atinge toda a cidade, inclusive, a região central.
Neste momento, a umidade relativa do ar está em nível crítico, só 32%. A boa notícia é previsão de chuva para amanhã, com declínio na temperatura.
No Santa Luzia, a energia caiu há pouco, segundo moradores, por conta do vento forte. No Jardim Noroeste, a dona de Carla Carolina diz que os dias têm sido "cruéis", principalmente, para a filha que completa um ano amanhã. "Tranca tudo, as crianças perdem até a voz. O jeito é jogar uma água na rua, já que não tem asfalto", comenta.
Dona Celina de Oliveira, de 67 anos, mora também no Noroeste e diz que nem precisa sair na rua para sentir os efeitos do poeirão. "Não tem bacia de água que dê conta. Não tem nem pra onde a gente correr". Hoje, ela teve de ir ao posto de saúde e se arrependeu. "Tá insuportável de andar hoje. E a coceira? Resseca muito a pele e coça tudo", reclama.
No no Jardim Campo Alto, a moradora Geni Sufia Moro sofre por ela, e pela crianças do bairro. "Tadinho dos alunos da escola e do Ceinf. A rua não é asfaltada e a poeira está cobrindo a escola".
Cleide Francisca da Silva, comerciante de 49 anos, garante que a vassoura fica o dia inteiro na mão. "Não venço, fico limpando a casa". No mercadinho que mantém na Moreninha IV, toda hora tira a poeira com uma escovinha. "É ruim o cliente pegar um produto com terra", justifica. Em casa, o umidificador fica no quarto das crianças. No dela, a solução é bacia e toalha molhada na janela. "Eu também limpo a casa à noite, para ver se dura mais e para dormir com um pouco mais de conforto", diz.
Na mesma região, Carlos Santos, de 73 anos, não aguentou a ventania na volta para casa e parou no meio do caminho para esperar a poeira baixar. "Não podemos reclamar, o que Deus mandar temos que aceitar. Mas espera que ele mande chuva pelos próximos dias."
A família do mecânico Manoel Cecílio da Costa, de 57 anos, também sofre unida. Ele mora com 2 netos, a esposa e a filha e diz que a situação tem piorado por conta das muitas construções que surgem na região. "Não adianta jogar água porque piora. A terra gruda e fica ruim", recomenda.
Cláudia Regina Chaves Lima, dona de casa de 42 anos, tem a netinha de dois meses em casa e decidiu se "trancar" com a menina para evitar doenças. " Graças a Deus, as férias estão chegando e não precisa ficar saindo nesse tempo com crianças".
Veja imagens da poeira nessas regiões:
Estado - Segundo o meteorologista Natálio Abraão, a ventania antecipa a mudança de tempo, com cehgada de frente fria. Deve chover fraco a partir madrugada de amanhã em vários pontos do estado
Além da Capital, é prevista água em Sete Quedas, Eldorado, Mundo Novo, Novo Horizonte, Ivinhema, Amambai, Três Lagoas, Selvíria e Iguatemi. Dourados deve amanhecer com nuvens, nevoeiro, e também chuva fraca, e ventos de 50 km/h. Mesmas condições previstas para Maracaju e Sidrolândia. Esfria no Sul, Sudoeste e Sudeste de Mato Grosso do Sul.
Na quinta-feira, os termômetros devem registrar 13ºC graus em Campo Grande, 11ºC em Ponta Porã e 9°C em Amambai.
No dia 28 não chove, mas a manhã ficará nublada no Sul, com forte nevoeiro em Ponta Porã e Amambai.
No dia 30, chega nova frente fria, mas o frio mais intenso deve ser registrado no início de julho, entre os dias 2 e 6, com previsão de geadas.
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