Alimentação natural até faz bem para pet, mas exige muita atenção
Modalidade de alimentação pode susbtituir a ração, mas requer responsabilidade dos tutores
A alimentação natural para pets, feita com ingredientes frescos e de origem natural, tem ganhado cada vez mais espaço na rotina dos tutores. Formulada por veterinários ou zootecnistas, essa modalidade visa atender às necessidades nutricionais específicas de cada animal, oferecendo uma alternativa mais saudável e controlada às rações industrializadas. O movimento, que basicamente consiste em incluir "comida humana" na dieta dos pets, reflete o desejo dos tutores de garantir qualidade e transparência no que seus animais consomem.
Nessas refeições, geralmente são utilizados diversos ingredientes que atendem às necessidades nutricionais dos animais, que podem variar de acordo com cada pet. Normalmente, essas preparações incluem uma fonte de carboidrato, como batata-doce, arroz e mandioca; uma fonte de proteínas, como frango, carne bovina, peixe e carne suína; uma fonte de gordura, como óleos vegetais (óleo de soja e canola); fontes de fibras, como chuchu, cenoura e brócolis; além de suplemento vitamínico-mineral, ômega 3 (óleo de peixe) e sal.
Mas, antes de aderir à moda, os tutores precisam entender que essa modalidade de alimentação requer bastante responsabilidade, pois qualquer deslize pode resultar em problemas nutricionais e prejudicar a saúde dos pets a longo prazo.
Para entender melhor como adotar um estilo de alimentação natural, o Lado B convidou para o MiAu News os médicos veterinários especializados em nutrição para cães e gatos, Gabrielly Gomes e Gabriel Pascoski, para esclarecer algumas questões.
Quais são os benefícios da alimentação natural para os cães e gatos?
Conforme explica a médica veterinária Gabrielly, os alimentos naturais tendem a ser mais saborosos e atraentes para os pets, o que pode aumentar o apetite e melhorar a aceitação da dieta. Além disso, eles melhoram a hidratação, principalmente no caso dos gatos, pois são alimentos com mais umidade.
Outro benefício é que a alimentação natural não contém produtos químicos como corantes, conservantes ou outros aditivos artificiais e ela também pode ser personalizada de acordo com as necessidades específicas de cada pet, levando em conta a idade, peso, saúde e preferências, garantindo uma dieta mais balanceada e adequada.
O médico veterinário Gabriel completa destacando que a alimentação natural tem alta digestibilidade, ou seja, a maior parte do que o animal come é absorvido, o que resulta na diminuição de resíduos eliminados pelas fezes.
Quais os cuidados que os tutores devem tomar ao optarem pela alimentação natural?
Antes de adotar a esse estilo de dieta para os animais, Gabrielly alerta que é preciso buscar um médico veterinário especializado na área de nutrição ou nutrologia ou zootecnista para formular a dieta, para garantir que todos os nutrientes essenciais sejam fornecidos, pois a falta de orientação pode causar deficiências nutricionais e patologias relacionadas.
Além disso, o tutor deve respeitar as porções indicadas pelo profissional e, se for necessário algum ajuste, tem que pedir orientação antes de fazer por conta própria. Em relação aos suplementos vitamínicos, óleos, sal e ômega 3 são obrigatórios e devem ser administrados de forma contínua, conforme orientação do profissional. Também é preciso garantir que os alimentos sejam preparados de maneira segura e sem riscos de contaminação.
Se a alimentação for baseada em alimentos crus, por exemplo, existe o risco de contaminação por microrganismos, que podem afetar a saúde do pet. Além disso, se a alimentação não for formulada corretamente, sem acompanhamento de um profissional especializado, pode haver deficiência de nutrientes essenciais, o que pode levar a problemas de saúde a longo prazo.
Outro ponto, é que esses alimentos devem ser armazenados adequadamente, e aderir a esse estilo de nutrição para os pets pode demandar mais gastos financeiros com a alimentação, além de exigir mais esforço e organização do tutor.
O médico veterinário Gabriel também alerta que não é indicado que o tutor prepare os alimentos sozinho, se baseando em dicas de amigos ou em receitas da internet. O ideal é procurar um profissional para desenvolver as refeições.
"Existe um estudo que analisou dietas oferecidas na internet e viram que 90% delas estava incorretamente formulada, ou seja, o pet ao longo do tempo estaria desnutrido. Quando a gente fala de deficiência nutricional são poucas que geram um efeito de imediato, mas a longo prazo geram efeitos terríveis", alerta o profissional.
A alimentação natural substitui a ração?
Sobre esta questão, Gabriel explica que a alimentação natural pode substituir a ração tranquilamente, pois ambas oferecem todos os nutrientes necessários para os cães e gatos, quando corretamente formuladas. Por isso, se for tomar a decisão de excluir a ração da dieta do pet e torná-la 100% natural, é importante garantir que os alimentos estejam de acordo com as necessidades do pet, para evitar problemas futuros.
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