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De check-up a ambientes adaptados, cães idosos exigem cuidados

Assim como idosos humanos necessitam cuidar da saúde e conforto, cães também precisam de atenção na velhice

Por Idaicy Solano | 12/12/2024 06:58
Alex possui problemas no rins e já perdeu vários dentes por conta da velhice (Foto: Arquivo Pessoal)
Alex possui problemas no rins e já perdeu vários dentes por conta da velhice (Foto: Arquivo Pessoal)

Assim como os humanos necessitam de cuidados especiais ao chegar em uma idade avançada, os cães também precisam. Desde exames e consultas de rotina até a adaptação de ambientes para o conforto dos pets idosos, cabe aos tutores garantir uma velhice tranquila e, assim, quem sabe até prolongar os anos de vida.

A tutora Gabriela Mansano, que tem uma irmã gêmea chamada Raquel, conta que elas ganharam Alex de presente aos nove anos de idade. Desde então, o cachorro tem sido o fiel companheiro das irmãs e esteve presente no crescimento das duas, que atualmente têm 22 anos.

Gabriela conta que, apesar de ter mais quatro cachorros e considerá-los como ‘filhos’, Alex é como se fosse um irmão para ela, por crescerem juntos.

“Eu lembro que a gente foi ao shopping e, quando voltamos, a surpresa era ele [no aniversário de nove anos]. Ele foi o pet da minha família enquanto eu crescia e participou de todos os momentos. Minha mãe tem fibromialgia, então, sempre que ela está doente, ele está lá, deitado ao lado dela na cama”, detalha Gabriela.

Hoje em dia, ela explica que Alex não tem mais forças para passear ou energia para brincar com os outros cachorros. Ele agora precisa de cuidados extras, principalmente com relação à alimentação, locomoção e às dores que sente.

Alex faz tratamento com CBD (óleo medicinal de maconha) para controlar as dores e garantir uma ‘partida’ mais tranquila, quando a hora chegar. A comida servida ao cachorro também precisa ser pastosa e molhada, pois ele está perdendo os dentes devido à velhice.

Além disso, Gabriela enfatiza que é preciso redobrar a atenção com portas e portões abertos, pois, se Alex fugir, ele não consegue voltar para casa, já que está começando a perder a visão nos dois olhos.

“O Alex tem problema nos rins e em uma das vértebras. Ele já fez fisioterapia e acupuntura, chegou a perder o movimento das patas traseiras, mas se recuperou com o tratamento. Só que ele não consegue fazer cirurgia para melhorar nenhum dos problemas por causa da idade. A gente imagina que está chegando [a morte], então tentamos dar a vida mais tranquila possível para ele”, resume.

Alex, hoje com 13 anos, foi presente de aniversários das gêmeas Gabriela e Raquel (Foto: Arquivo Pessoal)
Alex, hoje com 13 anos, foi presente de aniversários das gêmeas Gabriela e Raquel (Foto: Arquivo Pessoal)

Como cuidar dos pets na velhice?

A médica veterinária Aline Harada, de 44 anos, especializada em Clínica Geral, Cardiologia e Geriatria de pequenos animais, explica que, para garantir um envelhecimento saudável, é essencial um acompanhamento contínuo com o médico veterinário. Isso inclui consultas regulares e exames de check-up semestrais, que ajudam a monitorar a saúde e detectar possíveis problemas precocemente.

Além disso, cuidados com a alimentação e a manutenção do peso são fundamentais para prevenir doenças relacionadas à obesidade e garantir o bom funcionamento do organismo. A veterinária também recomenda a prática de exercícios físicos moderados e regulares, adaptados à capacidade do animal, para ajudar a preservar a mobilidade e a saúde cardiovascular.

“Garantir uma velhice tranquila, saudável e confortável para os pets exige atenção constante por parte dos responsáveis. É fundamental manter o compromisso com a atividade física regular, adaptada à condição do animal, e com uma alimentação balanceada e de qualidade, especialmente formulada para cães idosos”, frisa.

Outro ponto importante destacado pela médica veterinária é que os cães mais velhos tendem a ser mais sedentários. Por isso, é necessário oferecer estímulos mentais e físicos para manter o bem-estar do pet. “Com o avanço do conhecimento sobre condições como o Alzheimer canino, sabemos que, com os cuidados adequados, é possível proporcionar uma vida mais longa e de melhor qualidade aos animais, permitindo que desfrutem da velhice com saúde e conforto”, destaca.

É necessário redobrar cuidados e adaptar a casa para o conforto dos cães idosos (Foto: Idaicy Solano)
É necessário redobrar cuidados e adaptar a casa para o conforto dos cães idosos (Foto: Idaicy Solano)

Adaptar a casa é necessário? 

Assim como os idosos humanos necessitam de ambientes adaptados para garantir mais conforto e facilidade de locomoção, os cães também precisam. O ideal é oferecer um ambiente seguro, com pisos antiderrapantes, para evitar esforços excessivos nas articulações.

Além disso, é importante garantir o conforto do pet com camas adequadas, um local fresco e tranquilo para descansar, e água fresca disponível durante todo o dia. “São cuidados simples, mas essenciais para promover o bem-estar do animal na terceira idade”, diz Aline.

Para cães com dificuldades de locomoção, é fundamental providenciar rampas ou degraus adaptados para facilitar o acesso a locais mais altos, como sofás ou camas. O uso de tapetes antiderrapantes nos ambientes onde o cão costuma permanecer também ajuda a evitar quedas.

“Oferecer camas confortáveis, macias e de fácil acesso ajuda a garantir o descanso adequado, especialmente para animais com articulações sensíveis. O ambiente deve ser calmo, tranquilo e bem iluminado, com atenção para a remoção de móveis que possam representar obstáculos ou causar lesões ao pet. São adaptações simples, mas que fazem toda a diferença no dia a dia do cão idoso”, destaca Aline.

E quando o pet desenvolve cegueira? 

Segundo Aline, quando o pet desenvolve cegueira devido à velhice ou a uma condição pré-existente, é importante acompanhar de perto essa alteração. Em relação à casa, é aconselhável manter os móveis sempre nos mesmos lugares, pois os cães se acostumam e aprendem a identificar os locais com o tempo.

A comida e a água devem ser colocadas sempre nos mesmos pontos, permitindo que o animal as encontre com facilidade. "Também é essencial evitar deixar objetos espalhados que possam causar acidentes ou machucar o pet", completa.

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