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Para salvar Ozzy, casal criou petiscos 'raiz' com baru e bocaiúva

Cão tinha problemas de saúde e precisava de alimentação especial; até pata de jacaré está entre invenções

Por Natália Olliver | 14/01/2025 06:42
Para salvar Ozzy, casal criou petiscos 'raiz' com baru e bocaiúva
Pé de frango e moela de avestruz desidratados por Mariana e pelo marido (Foto Arquivo pessoal)

A doença de Ozzy, fiel companheiro da servidora pública Mariana Leal Capillé e do economista Márcio Vasconcelos da Silva, fez o mundo do casal “tremer”. Um diagnóstico de malformação genética do filhote chegou de surpresa em 2017 e a alimentação do bichinho teve que mudar. Sem alternativas no mercado, a dupla abriu a própria empresa e incluiu no cardápio comidas típicas do cerrado sul-mato-grossense. Entre elas a bocaiúva, baru e até patas de jacaré desidratadas.

As notícias sobre a saúde do amigo canino não eram animadoras. Segundo Mariana, os veterinários deram 6 meses de vida para o Pastor Suíço. Na época, não havia muitas pessoas falando sobre comidas para cães, que não fossem as tradicionais. Para ajudar a manter o animal vivo, eles tiveram que trocar a ração por uma alimentação diferente, feita de forma natural.

O cão tinha megaesôfago e displasia renal e, assim que nasceu, precisou passar por uma cirurgia para retirar o estômago de dentro do esôfago. A condição dificultava que o bichinho consumisse comidas sólidas e restringia a alimentação, já que os rins dele também não funcionavam completamente.

Para salvar Ozzy, casal criou petiscos 'raiz' com baru e bocaiúva
Ozzy, fiel companheiro de Mariana Leal Capillé e Márcio Vasconcelos (Foto: Arquivo pessoal)

A ideia do casal deu certo e os 6 meses se transformaram em quase três anos. Ozzy morreu em abril de 2019. Segundo Mariana, a empresa surgiu da necessidade de oferecer uma alimentação saudável para ele.

“Foi muito doloroso perder ele. Ele era um membro da família. Pensamos até em encerrar a empresa. Ele significava um mundo diferente de tudo que já vivemos com outros cães, ele era como um filho canino, uma mudança de paradigmas, a logo da empresa foi em homenagem a ele.

Segundo ela, quando Ozzy partiu, o casal procurou novos desafios para trazer mais qualidade de vida aos pets. Foi assim que criaram a identidade regional com frutos do Cerrado. O objetivo era dar uma qualidade de vida tão boa quanto o amor que eles sentiam pelo amigo de quatro patas.

A servidora acredita que o cão conseguiu superar as expectativas de vida devido justamente à alimentação. Ela relembra que o amigo passava mal e vomitava toda vez que comia alimentos duros e secos. A partir daí o casal começou a fazer, com auxílio de uma nutróloga, a própria comida para ele.

“Ele tinha um comedouro especial, comia com a cabeça mais erguida. Quando ele fez dois anos, fizemos um prato especial de arcos com pernil suíno. Coisas que ele podia comer. Ele tinha uma grande restrição alimentar. A veterinária nutricionista que atendeu ele na época falou que tinha outros clientes na mesma situação que nós. Que queriam oferecer alimentação natural, mas não tinham tempo de preparar, então vimos uma oportunidade de negócio”.

Para salvar Ozzy, casal criou petiscos 'raiz' com baru e bocaiúva
Pata de jacaré desidratada e consumida pelos cães como petiscos proteicos (Foto: Arquivo pessoal)

Pata de jacaré Bocaiuva e Baru  

Oito anos se passaram desde que o casal descobriu a doença de Ozzy e Mariana comemora, tanto a mudança no cenário pet, quanto o interesse por alimentação caseira e natural. Os frutos do Cerrado renderam à empresa o selo “Made in Pantanal”, programa do Sebrae para produtores que têm identidade regional ou usam insumos do bioma.

Quem não conhece o empreendimento do casal e dá de cara com “patas de jacaré” ou se assusta e fica curioso. O produto é um dos carros-chefes da empresa “A Lê Goût Canin”.

A proprietária explica que os insumos, como parte de avestruz frango e pata de jacaré, são comprados em frigoríficos locais e depois desidratados pelo casal.

De acordo com ela, a comida atende a maioria dos cães, isso inclui os alérgicos e os com alguma restrição alimentar. Além do petisco principal, também há sachês e biscoitos com baru e bocaiuva.

Na lista de ingredientes utilizados, além dos frutos típicos do Cerrado, estão estão cenouras, batata-doce, abóbora, abobrinha, lentilha e partes de carnes suína e de aves.

Para salvar Ozzy, casal criou petiscos 'raiz' com baru e bocaiúva
Traqueia de avestruz e pescoço de frango desidratados são petiscos naturais para cães (Foto: Arquivo pessoal)

“Os sachês são alimentos úmidos para misturar em qualquer alimento, saborizar a ração e rechear brinquedos. E os biscoitos são feitos com proteínas, em formatos pequenos para ajudar os tutores no controle da quantidade e ingestão de calorias. Ainda fazemos a alimentação natural congelada e os desidratados”.

Ela pontua que o casal passou momentos incríveis ao lado do amigo Ozzy e que celebraram cada momento juntos. O que fica, além da saudade, é a vontade de proporcionar para outros animais saúde e qualidade de vida.

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