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Ser uma tutora ‘machucada’ fez Carol virar ‘cãobeleireira’ do bairro

Há 20 anos, Ana Carolina começou a dar banho no próprio pet e história se espalhou por vizinhança

Por Aletheya Alves | 23/09/2024 07:29
Amor pelos bichos fez Carol virar "cãobeleireira". (Foto: Paulo Francis)
Amor pelos bichos fez Carol virar "cãobeleireira". (Foto: Paulo Francis)

Sem se apresentar como dona de um petshop, Ana Carolina de Souza Andrea ainda confunde quem passa pela Orla Morena e vê rápido sua placa de “cãobeleireira”. Precisando explicar que o espaço é dedicado aos bichos, ela conta sobre como, há 20 anos, ter sido uma tutora “machucada” fez com que um banho em seu pet se tornasse sua profissão.

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A história de Ana Carolina de Souza Andrea, conhecida como "cãobeleireira", começou após um trauma com seu cachorro, que a levou a dar banhos em casa. Com o tempo, sua paixão pelos animais e a demanda crescente na vizinhança transformaram essa atividade em uma profissão. Apesar de ter tentado cursar Medicina Veterinária, Carol encontrou sua vocação ao cuidar de cães, criando um espaço dedicado a eles em Campo Grande, onde busca garantir um tratamento respeitoso e cuidadoso, refletindo sua própria experiência negativa no passado.

Hoje, aos 42 anos, Carol acumula histórias e se diverte criando vídeos do “antes e depois” com os cachorros que chegam para passar o dia no “salão”. Mas, lá atrás, a profissão veio a partir de um trauma.

Quando tinha 22 anos, ela havia retornado para Campo Grande após morar fora do Estado e trouxe consigo sua poodle. Como de costume, Carol levou sua cachorrinha para tomar banho e, no fim das contas, precisou lidar com o animal machucado.

“Generalizei, falei que não iria mais levar ela em petshop porque a machucaram, então comecei a dar banho nela em casa”, diz Carol. Se apresentando como uma pessoa que sempre foi muito “cachorreira”, ela conta que conhecia os animais da vizinhança e se apaixonava por eles.

Foi assim que uma vizinha resolveu aproveitar o gosto e proximidade com o cachorro para perguntar se Carol não daria banhos nele. “Ele era um pouco bravo, não deixava os outros chegarem perto, mas sempre gostei dele e comigo era tranquilo. Então, comecei a dar banho nele também”.

A história foi se espalhando pela vizinhança e, quando viu, Carol já estava com os sábados de agenda cheia. Na época, ela havia tentado cursar Medicina Veterinária, mas não passou e cuidar dos animais se tornou uma fonte de renda.

Por um período, Carol se mudou para Aquidauana, constituiu família, mas uma sequência de fatos a trouxeram de volta para Campo Grande. E, aqui, a “cãobeleireira” começou a chamar atenção com o nome.

“Minha tia que mora aqui sempre falava, quando eu vinha, que a cabeleireira de cachorros estava na cidade. Gostei do nome e comecei a usar. É engraçado porque quem passa na Orla e vê o espaço pergunta se eu faço unha, se cuido do cabelo, aí preciso explicar que é só com cachorro”.

Hoje, pensando em sua sequência na vida, Carol diz que faz muito sentido seguir na profissão. E seu objetivo continua sendo não tratar os animais de qualquer forma, já que tudo começou com ela sofrendo por ver seu cachorro voltar machucado para casa.

Instrumentos usados para fazer a parte de tosa. (Foto: Paulo Francis)
Instrumentos usados para fazer a parte de tosa. (Foto: Paulo Francis)
História começou com Carol sendo uma tutora "machucada". (Foto: Paulo Francis)
História começou com Carol sendo uma tutora "machucada". (Foto: Paulo Francis)

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