Perfil mais jovem traz à Câmara "sangue no olho", prevê novo presidente
Vereador Papy falou sobre o papel do presidente, desafios políticos, equilíbrio entre poderes e planos
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O vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (Papy), eleito presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, assume o cargo com a visão de liderar um legislativo mais combativo e fiscalizador. Em entrevista, Papy destacou a importância de sua função como gestor da Casa, definindo pautas e orçamentos, e a necessidade de romper com a percepção da Câmara como subordinada à prefeitura. Ele justificou o reajuste salarial da prefeita e vereadores como correção inflacionária, refutando críticas de aumento desnecessário. Demonstrando otimismo com a nova legislatura, Papy enfatizou a necessidade de modernizar leis de urbanismo e planejamento para atender ao crescimento da cidade.
Com a eleição do vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), como presidente, a Câmara Municipal de Campo Grande tem um novo rosto. Aos 37 anos, diante de uma Casa de Leis renovada, com 16 novos vereadores, o parlamentar acredita que vai liderar um plenário de perfil mais combativo e fiscalizador que terá mais "sangue no olho". Em entrevista ao podcast Na Íntegra, do Campo Grande News, Papy abordou temas como o papel do presidente, desafios políticos, equilíbrio entre poderes e os planos para sua gestão.
Papy destacou que o presidente da Câmara não só chefia o poder legislativo, mas também administra a casa, define a pauta de votação e gerencia o orçamento. “O presidente lidera a pauta de votação e administra a casa. Ele é quem assina contratos, gerencia despesas e fala institucionalmente pela Câmara”, explicou.
Sobre a importância de sua função, ele ressaltou: “Essa posição não é sobre impor vontades, mas sim sobre responder aos desejos coletivos dos vereadores, que, por sua vez, representam os interesses da população”.
Ele também comentou sobre a necessidade de romper com a ideia de que a Câmara seria um “puxadinho da prefeitura”. “Essa percepção é equivocada. O Legislativo tem um papel essencial e deve ser fortalecido para garantir um equilíbrio saudável entre os poderes”.
Papy também elogiou o entendimento entre partidos opostos na formação da chapa que o elegeu. “Muitos me perguntaram como consegui unir PL e PT na mesma chapa. A verdade é que foi um entendimento das bancadas sobre a necessidade de equilíbrio e força para vencer a eleição”.
Entre os temas polêmicos abordados, esteve o reajuste salarial da prefeita Adriane Lopes (PP) e dos vereadores, aprovado em 2023 após 12 anos de congelamento. Com o aumento, Adriane vai receber quase R$ 42 mil salário, sendo a prefeita de capital com maior salário do Brasil. Papy explicou que o reajuste foi necessário para corrigir distorções salariais que impactam a carreira de servidores públicos. “Não se trata de aumento real, mas de reposição inflacionária. Essa correção é fundamental para descongelar a carreira de 408 servidores que estavam sem reajuste há mais de uma década”, pontuou.
Ele também rebateu críticas: “Não é sobre dar um presente para a prefeita ou secretários, mas sobre corrigir uma injustiça que prejudica servidores essenciais para a administração pública”.
O parlamentar demonstrou otimismo em relação ao perfil combativo e jovem dos novos vereadores eleitos, destacando a energia e a vontade de mostrar trabalho dessa nova legislatura. “Estou com bastante expectativa em relação a isso. Não que o parlamentar mais velho não seja ativo, mas ele tem uma metodologia diferente. Geralmente, os mais veteranos são mais assertivos, enquanto o vereador mais jovem faz bastante barulho, tem sangue no olho, mas sai pouco do lugar”, avaliou, ao reforçar a importância de orientar os novatos sem tolher suas iniciativas.
Papy demonstrou interesse especial em urbanismo e planejamento da cidade, ressaltando a necessidade de modernizar leis como o Plano Diretor e a Lei de Uso do Solo. “Campo Grande precisa evoluir. A cidade deve acompanhar as dinâmicas do mercado e o crescimento populacional para garantir qualidade de vida e mobilidade urbana”, afirmou.
Ele citou exemplos concretos, como a expansão para a região atrás do Parque dos Poderes. "Hoje, 20% da população mora naquela região, mas só temos duas vias principais para escoamento. Esse tipo de planejamento precisa estar na cabeça do gestor".
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