ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, DOMINGO  22    CAMPO GRANDE 25º

Política

"Devastadora", diz MPF sobre suspensão de compartilhamento de dados do Coaf

Pelo menos um terço das investigações do MPF/MS sobre lavagem de dinheiro no Estado, devem ser afetadas com a decisão do ministro.

Adriano Fernandes | 18/07/2019 22:18
Prédio do MPF/MS na Avenida Afonso Pena. (Foto: Paulo Francis)
Prédio do MPF/MS na Avenida Afonso Pena. (Foto: Paulo Francis)

"Devastadora", a suspensão do compartilhamento de dados fiscais do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e da Receita Federal, deve afetar pelo menos um terço das investigações do MPF/MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) sobre lavagem de dinheiro.

O parecer é do procurador da República, Silvio Pettengill Neto, diante da liminar do ministro Dias Toffoli do STF (Supremo Tribunal Federal), deliberada nesta quarta-feira (17) e que paralisou todas as apurações pelo país embasadas nessas informações.

"Nossa expectativa é que essa decisão seja revertida. Tenho confiança de que a lei e o bom senso vão imperar. Não fosse assim, seria melhor sacramentar, desde já, a total ineficiência de política de prevenção a lavagem de dinheiro, crime organizado, terrorismo e corrupção. Até lá, existe risco de prejuízo à continuidade das investigações", ressaltou o procurador.

A deliberação de Toffoli, em caráter liminar, partiu de ação que tramitava na Corte desde 2017 e debate a legalidade do compartilhamento de informações fiscais sem aval da Justiça. A defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), alvo de apuração baseada em dados compartilhados pelo Coaf, entrou como parte na ação e será beneficiada com a medida.

"O ofício especializado em combate à lavagem de dinheiro do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul considera devastadora a decisão proferida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal", completa a nota do MPF. 

Com a decisão de Toffoli, investigações em todo o país que usem esses dados sem decisão judicial anterior só poderão ser retomadas depois de o STF decidir se esse compartilhamento com o MP é constitucional. A expectativa é de que o caso seja julgado em novembro.

Nos siga no Google Notícias