Aliados citam CPI e ação na Justiça para descartar Comissão Processante
Os vereadores da base aliada do prefeito Gilmar Olarte (PP) disseram que o pedido de criação de uma Comissão Processante, requisitado pela oposição, trata-se de algo desnecessário, já que existe uma investigação das denúncias contra o prefeito na Justiça, além de uma CPI das Contas Públicas em andamento, na Casa de Leis.
“Não é o momento de partir para este extremo, tem que ter diálogo, a oposição fez o papel dela, mas não pode haver interferência política em questões técnicas das finanças, assim como não há nada de novo que não esteja sendo analisado pela Justiça”, disse o líder do prefeito na Câmara, o vereador Edil Albuquerque (PMDB).
Airton Saraiva (DEM) ressaltou que estes fatos, citados na mídia nacional, se tratam de uma investigação que já tem um ano, sendo conduzida pelo MPE (Ministério Público Estadual) e Justiça de Mato Grosso do Sul. “Foi montado todo este espetáculo, mas não vejo necessidade (Comissão Processante), já tem inclusive CPI na Câmara em andamento”, ressaltou.
Mesma opinião do vereador Loester Nunes (PMDB). “Temos que analisar como a base irá se comportar, porém não houve nada de novo nestas denúncias, só seria justificado se houvesse algo fora do comum, estão usando este momento ruim do prefeito, de crise financeira, para atacar”.
Para Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), só justifica uma nova investigação contra Olarte, se houvesse provas de erros político-administrativos, com utilização de recursos públicos nesta situação dos cheques. “Se for algo pessoal do prefeito, então deve ficar a cargo da Justiça Estadual, que irá analisar as provas”.
Já Eduardo Romero (PT do B), que resolveu adotar postura independente na Câmara, disse que toda investigação é válida, pois assim as questões que geram dúvidas serão apuradas, até para se saber se houve ou não utilização de recursos públicos.
Ação – A oposição protocolou o pedido de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Gilmar Olarte, citando cinco pontos de fundamentação, entre eles a falta de divulgação do balanço financeiro, viagem de jatinho do empreiteiro João Amorim para Brasília, não cumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), em relação ao excesso do teto de pagamento aos servidores.
Além das denúncias da investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), sobre corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro contra o prefeito, que ainda será analisada pela Justiça.
A Procuradoria Jurídica da Câmara tem cinco dias para analisar o pedido, se houver sustentação legal, segue para que o presidente da Casa de Leis coloque em votação em plenário, onde são necessários 20 votos para a criação da Comissão Processante.
A oposição conta com apenas sete integrantes, enquanto que quatro vereadores se colocaram na posição de independentes, tendo a base aliada, neste momento, 18 representantes.