Após 40 dias, Bolsonaro troca presidente da Petrobras pela terceira vez
Novo presidente da estatal até então era secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital
O presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou mais uma vez o comando da Petrobrás. Nesta noite (23) o governo federal anunciou a demissão de José Mauro Coelho, depois de apenas 40 dias no cargo. Em seu lugar assume Caio Paes de Andrade, que até então era secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, ligado ao Ministério da Economia.
A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. Paes de Andrade será o terceiro executivo a comandar a estatal em menos de quatro anos do governo de Jair Bolsonaro. A empresa já foi presidida por Roberto Castello Branco e pelo general Joaquim Silva e Luna.
Caio Paes é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.
"Portanto, o indicado reúne todos as qualificações para liderar a Companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o continuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da Empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras", disse o Ministério de Minas e Energia em nota.
A nova troca de comando da Petrobras, surge diante do impacto da alta no preço dos combustíveis na popularidade do presidente há cinco meses da eleição. Conforme o portal do jornal O Globo o nome de Caio Andrade já havia sido ventilado quando Bolsonaro decidiu demitir o general Joaquim Luna e Silva, em março. No Planalto, a nomeação de Caio foi atribuída a Paulo Guedes junto com Adolfo Sachsida, novo ministro de Minas e Energia, afirma o jornal. No dia 15 de maio, Bolsonaro, ao ser questionado sobre a troca no comando da Petrobras, indicou que a decisão seria Sachsida. A expectativa no governo é que haja substituições também entre os diretores da estatal.
Desde que assumiu o Ministério de Minas e Energia, Adolfo Sachsida deixou claro que tomava decisões em alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro, como o anúncio dos estudos para privatização da Petrobras e PPSA. O presidente também deu declarações em que praticamente deu carta branca para o Sachsida escolher alguém de sua preferência para o comando da estatal.