Assessor preso era lotado na vice-prefeitura e tinha salário de R$ 5,9 mil
Preso na operação sigilosa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Ronan Edson Feitosa de Lima tinha cargo comissionado com salário de R$ 5,9 mil por mês e foi lotado na vice-prefeitura, chefiada pelo atual prefeito, Gilmar Olarte (PP).
Lima, que foi preso em São Paulo, está no centro da operação que levou o promotor Marcos Alex Vera, do Gaeco, a intimar Olarte na manhã de ontem para prestar depoimento sobre o caso. Como as investigações seguem em sigilo, nada foi divulgado sobre o motivo da investigação.
Conforme o Diário Oficial de Campo Grande de 28 de janeiro de 2013, Ronan Edson Feitosa Lima foi nomeado por Alcides Bernal (PP) com o cargo de assessor especial III DCA-3 para trabalhar na Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais. O salário é de R$ 5.960,80, incluindo-se a gratificação de 100%.
Ele deveria cumprir expediente na vice-prefeitura, mas lá não aparecia há um bom tempo. A relação é revelada em processo judicial. Quando um oficial de Justiça foi notificá-lo na Prefeitura, o então assessor de Olarte e atual secretário municipal de Administração, Valtermir Alves Brito, informou, no dia 6 de março deste ano, que Ronan não comparecia no local há tempo e iria providenciar a sua exoneração.
No entanto, a exoneração só ocorreu após a cassação de Bernal e foi feita no dia 17 de março deste ano, quando Gilmar Olarte exonerou todos os ocupantes de cargos comissionados na gestão do antecessor.
A ligação de Ronan Lima com Gilmar Olarte é revelada em vídeo, quando os dois aparecem cantando na igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que foi fundada e é dirigida pelo prefeito.
Em nota publicada nos jornais neste sábado, Olarte diz que já expulsou o ex-aliado da igreja.