Audiência sobre passaporte da vacina começa com ânimos exaltados na Câmara
Cerca de 200 pessoas, entre favoráveis e contrários, acompanham o debate nesta tarde
Com ânimos já exaltados, "torcidas" a favor e contra o chamado "passaporte da vacina" acompanham audiência pública na Câmara de Vereadores, que discute o tema nesta tarde. A Casa cobra o uso correto de máscaras de todos os presentes e limitou a lotação a 200 pessoas no plenário principal, onde ocorre o debate.
A favor da imunização, mas contrária ao passaporte, a médica Shirley Ratier, de 72 anos, afirma que é "extremamente a favor das vacinas". Mas não quer que apenas vacinados entrem ou frequentem determinados locais. "Obrigar as pessoas a tomarem vacinas é inconstitucional", sustenta.
A agricultora familiar Maria Ferreira da Costa, de 50 anos, também é contrária ao passaporte. "Sou contra o passaporte, mas quero entender a questão, por isso, vim aqui. Quero saber como isso nos afeta, porque eu sei que a vacinação reduziu os casos no assentamento".
Já a autônoma Juliana Vieira da Silva, 33 anos, é a favor do passaporte e da vacina. "As vacinas fazem parte da vida desde bebês e me sinto segura com ela. Se tiver terceira dose, vou tomar também", revela.
Dentro do grupo contra o passaporte, o mais alvoroçado é o que contesta também a vacina. Com cartazes, eles falam de reações adversas após a aplicação.
Vereador Airton Araújo (PT), um dos proponentes de projeto que cria o passaporte, afirma que ninguém vai obrigar a tomar a vacina, mas "estamos incentivando e permitindo que as pessoas tenham direito à vida. Já morreram 584 mil pessoas", lamentou.
O vereador Sandro Benites, do Patriotas, avalia que a vacinação é importante. Mas insiste que a imunização pela doença é mais eficaz que pelo imunizante. Para ele, "o importante é tomar uma posição", sustenta ele, que também é médico.