ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 28º

Política

Bancada de MS na Câmara Federal está cética quanto à reforma política

Josemil Arruda | 11/01/2014 11:30
Fábio diz que principais pontos da reforma política não têm consenso na Câmara (Foto: arquivo)
Fábio diz que principais pontos da reforma política não têm consenso na Câmara (Foto: arquivo)

A bancada de Mato Grosso do Sul na Câmara Federal está pessimista quanto à possibilidade de aprovação da reforma política, mesmo de pontos dela, neste ano de Copa do Mundo e de eleições. Embora o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tenha anunciado para março a votação dessa reforma, em razão da pressão que vem do Judiciário, visto que o Supremo Tribunal Federa (STF) pode restringir o financiamento das campanhas eleitorais por empresas, os parlamentares sul-mato-grossenses estão descrentes.

“Com relação à reforma política, não acredito que vá ser votada este ano, embora Brasil precise dela com urgência. Os principais pontos, como financiamento publico da campanha, voto distrital misto ou não e coincidência de eleições, não têm apoio consensual da maioria das bancadas e só se vota o que tem unanimidade do colégio de líderes. Pelo contrário, alguns temas, como financiamento público de campanha, não têm sequer a maioria do apoio do colégio de líderes, embora eu seja a favor”, afirmou o deputado federal Fábio Trad (PMDB-MS).

A possibilidade desses temas serem discutidos, na opinião do peemedebista, seria através do plebiscito. “Entendo que deveríamos discutir uma data para a população ir às urnas, poderia ser 2016, para decidir o modelo político–eleitoral que deseja. E sendo em 2016 daria tempo de explicar para a população”, defendeu. “Isso é mais fácil de conseguir maioria no colégio de líderes”, ponderou.

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) também manifesta pessimismo quando à possibilidade de a reforma política ser votada neste ano. “Essas reformas clássicas, como a política e a tributária, dependem muito da força do Congresso no primeiro ano, quando recém saiu das urnas. Agora no último ano do Congresso talvez o que possa evoluir é um grande acordo sobre temas convergentes da reforma política, como coincidência de mandatos, fim da coligação na proporcional”, opinou.

Como são temas sem consenso, Mandetta considera que há sempre o risco de os partidos fazerem obstrução. “Eles se rebelam e aí não tem clima político para acordo”, explicou o parlamentar. “Se os líderes conseguirem um texto básico para votar em 2015 pelo novo congresso será um grande avanço”, avaliou.

Na opinião do deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT-MS) somente a concentração num tema específico da reforma política pode garantir aprovação neste ano. “Estamos em ano eleitoral e tem Copa do Mundo. A Câmara tem de definir uma reforma mínima, se quiser profunda não avança”, apontou.

Como há pressão do STF, onde a restrição de campanha eleitoral com dinheiro de empresas já está com 4 votos a zero, Biffi entende que a Câmara Federal deve aprovar a proibição do financiamento privado das campanhas. “Isso é o que mais contribui para a corrupção, precisamos avançar para isso. Não adianta ficar rodeando o toco”, defendeu o parlamentar. “Seria grande contribuição para sociedade em 2014”, acrescentou.

Já o deputado federal licenciado Edson Giroto (PR-MS), atual secretário estadual de Obras, a Câmara Federal se fez de “mouca” para as vozes das ruas e está em débito com a sociedade. “As ruas mostraram para nós políticos que temos de mudar. Às vezes, fico extremamente preocupado porque não tenho argumento para defender a instituição que represento, que é a Câmara Federal. A Câmara Federal passou da medida para poder dar resposta séria a população que elege os deputados federais como eu. A Câmara Federal já deveria ter feito o seu dever de casa com reforma política séria. Ninguém aguenta mais uma eleição a cada um ano e meio e a Câmara Federal faz de surda para não entender”, afirmou Giroto. “Me preocupo porque os meus pares não conseguem entender ou respeitar o voto que foi dado para eles”, completou.

 

Nos siga no Google Notícias