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Política

Câmara aprova processo disciplinar contra vereador que apalpou colega

Lúcio Borges e Helio de Freitas, de Dourados | 15/06/2015 20:40
"Me senti um verdadeiro lixo, humilhada", discursou há pouco a vereadora. (Foto: Eliel oliveira)
"Me senti um verdadeiro lixo, humilhada", discursou há pouco a vereadora. (Foto: Eliel oliveira)
Os dois parlamentares envolvidos no caso, em sessão plenária. (Foto: Eliel Oliveira).
Os dois parlamentares envolvidos no caso, em sessão plenária. (Foto: Eliel Oliveira).

Os vereadores de Dourados aprovaram por unanimidade, em sessão desta segunda-feira (15), a abertura de processo disciplinar contra o colega Mauricio Lemes Soares (PSB). Ele foi denunciado, até na Polícia, pela parlamentar Virginia Magrini (PP), por importunação ofensiva ao pudor. A progressista teve as nádegas apalpadas pelo socialista, em solenidade oficial da Casa de Lei douradense, que fica a 233 km de Campo Grande, na última terça-feira (9). O novo escândalo no município foi registrado também pela vereadora, naquele dia, para providências oficiais, na Delegacia de Atendimento à Mulher. Ela lavrou um boletim de ocorrência contra o colega.

O pedido de processo da vereadora, para providências internas na Casa, foi acolhido em plenário por 15 votos a zero. Antes da votação, Virginia Magrini discursou e apontou que até pensou em renunciar após ser apalpada em plenário, na sessão da semana passada. "Me senti um verdadeiro lixo, humilhada", disse.

O presidente da Câmara, Idenor Machado (DEM), após votação a cerca de 30 minutos, encaminhou a denúncia para a comissão de ética que vai instalar o processo contra Mauricio Lemes, por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar não votou por impedimento legal. Dois vereadores estavam ausentes e o presidente só votaria em caso de empate.

Hoje, até era esperado um protesto na Câmara, mas o plenário não contou com grande número de pessoas. Mas desde o inicio da sessão o fato foi abordado, onde o vereador Elias Ishy (PT), na abertura dos trabalhos legislativo, leu uma nota de repúdio da marcha mundial de mulheres. A entidade cobrou investigação e punição sobre o ato denunciado. Após o discurso de Virginia, um grupo de mulheres da marcha entoou a frase "a nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito".

Desabafo e novo medo da vereadora

Ao usar seu tempo na tribuna, Virginia disse ter todas as provas necessárias contra o vereador do PSB local. A parlamentar apontou que até pensou em renunciar após ser apalpada em plenário. "Me senti um verdadeiro lixo, humilhada. Pensei até em renunciar de tanta vergonha", afirmou.

Maurício Lemes se ausentou do plenário durante o discurso da colega e retornou assim que a colega encerrou o desabafo.

Durante discurso, a vereadora rebateu ainda insinuações feitas através de redes sociais de que ela estaria inventando a história para se promover. "Eu jamais passaria por essa vergonha para sair em capa de jornal. Eu cheguei aqui pelo meu esforço, não foi empurrada por ninguém, não tenho rabo preso com ninguém", afirmou ela.

Virginia disse também e fez nova denuncia, dizendo que tem medo pela sua integridade física, onde citou a ameaça que teria sido feita pelo pai de Mauricio, o ex - presidente da Câmara, Archimedes Lemes Soares, ao secretário de governo da prefeitura, Jorge Filho, o Zito. Também na terça-feira passada, Zito procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência contra Archimedes, que o teria ameaçado por culpá-lo por vazar a história para a imprensa.

"Eu dou minha cara a tapa. Eu fui na delegacia e registrei um boletim de ocorrência. Eu fiz questão de que essa história saísse na imprensa", encerrou Virginia.

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