Com 57 votos a 21, Pacheco derrota Simone e é eleito presidente do Senado
Pacheco contava com apoio do atual presidente da Casa e de Jair Bolsonaro, sendo favorito à cadeira desde o início
Primeira mulher em quase 200 anos de Senado a disputar a presidência da Casa, a sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB) foi derrotada pelo mineiro Rodrigo Pacheco (DEM) na eleição disputada nessa tarde de segunda-feira (1) em Brasília. Simone foi ao pleito como candidata independente, sem apoio do próprio partido.
Eleito para o biênio 2021/22, Pacheco recebeu 57 votos, contra 21 de Simone. Os outros três candidatos - Jorge Kajuru (Cidadania), Major Olímpio (PSL) e Lasier Martins (Podemos) abdicaram das candidaturas minutos antes e anunciaram apoio à sul-mato-grossense. Ao todo, o Senado possui 81 senadores - três por estado.
Simone, que já foi vice-governadora de Mato Grosso do Sul e prefeita de Três Lagoas, é filha do histórico ex-senador Ramez Tebet e foi eleita senadora em 2014. Para chegar à disputa, Simone Tebet teve que vencer disputa interna do MDB com Eduardo Braga, do Amazonas, e Eduardo Gomes, do Tocantins.
Ela foi lançada pela sigla no início de janeiro à presidência do Senado, mas semanas depois e às vésperas das eleições o apoio do próprio partido foi retirado. Ainda assim, a três-lagoense seguiu, afirmando representar grupo de senadores.
Em sua campanha, desde o início ela pregou a independência do Senado perante o Governo Federal, adotando também uma postura de enfrentamento ao presidente da República, Jair Bolsonaro, mesmo que refutando a alcunha de oposição.
Pacheco contou com apoio do então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do governo Bolsonaro, sendo alvo de críticas por fazer a política do 'toma lá, da cá', usando a máquina do governo para conseguir o apoio necessário.
Entre os partidos que anunciaram apoio à Simone, estão Podemos, Cidadania e PSL, entre outras bancadas menores. Já o MDB declarou neutralidade e liberou seus parlamentares, assim como o PSDB. Já Pacheco conseguiu apoio de PSD, DEM, PDT e PT.
Apesar da clara predileção de Bolsonaro por sua candidatura, Pacheco adotou tom moderado e semelhante ao de Simone, firmando promessa de tratar o Senado de maneira independente e sem intervenção bolsonarista, além de valorizar o colégio de líderes.