ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, TERÇA  24    CAMPO GRANDE 24º

Política

Com adesão suficiente, Assembleia deve criar nova CPI da Enersul

Priscilla Peres e Leonardo Rocha | 18/03/2015 11:51
Deputados assinam pedido de CPI e investigação pode ser formalizada na próxima sessão (Foto: Roberto Higa/ALMS)
Deputados assinam pedido de CPI e investigação pode ser formalizada na próxima sessão (Foto: Roberto Higa/ALMS)

O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) conseguiu assinatura de todos os deputados que participaram da sessão da Assembleia Legislativa hoje, para a criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que irá investigar desvios de R$ 700 milhões na Enersul, entre os anos de 2002 e 2012.

Marquinhos precisava de apenas 8 assinaturas para garantir a criação da CPI. Ao final da sessão de hoje, ele faz a entrega do requerimento para a mesa diretora e a instauração da comissão já pode acontecer amanhã. Os partidos vão indicar cinco integrantes para compor as investigações.

De acordo com o deputado, foi feita auditória na Enersul pela empresa PwC (PricewaterhouseCoopers) que apontou para o desvio de R$ 700 milhões e da existência de uma folha de pagamento confidencial que beneficiava diretamente 35 pessoas, até então não identificadas.

Ele explica que em agosto de 2013, junto com o então deputado federal Fábio Trad (PMDB), pediu a Comissão de Valores Mobiliários, levantamento sobre possíveis irregularidades na Enersul. "Isso não nos assustou, nós sabíamos que tinham irregularidades e por isso pedimos a investigação", diz.

Investigação - Ainda de acordo com Marquinhos, a CPI servirá para descobrir quem eram as 35 pessoas que recebiam o pagamento "em uma folha confidencial". "São pessoas físicas e jurídicas, uma especie de mensalão da Enersul. Na auditoria foi colocada como sigilo, mas na CPI, obrigatoriamente, nos vamos exigir os documentos e nomes dessas pessoas, assim quanto cada uma recebia".

A auditoria ainda aponta que falta registro contábil da empresa nesse período, da ordem de R$ 200 milhões. "Assim como dividendos que foram feitos de maneira indevida, sem justificativa, gratificações para determinadas pessoas, sem qualquer critério, e no final, a auditoria pede a implantação de inquérito para ter mais detalhes", afirma o deputado.

As investigações devem focar no período de 2010 a 2015, período de maior movimentação financeira, e pedir que, se confirmado o desvio, o montante seja devolvido aos cofres da empresa. Em 2012, a Enersul operada pelo Grupo Rede passou por intervenção da Aneel, que durou 1 ano e 8 meses, até que no ano passado o controle mudou de mãos, e passou a ser da Energisa.

Assinaturas - Assinaram a criação da CPI, os deputados: Amarildo Cruz (PT), Pedro Kemp (PT), João Grandão (PT), Cabo Almi (PT), Picarelli (PT), Zé Teixeira (DEM), Onevan de Matos (PSDB), Angelo Guerreiro (PSDB), Flavio Kayate (PSDB), Rinaldo Modesto (PSDB), Jorge Takimoto (PDT), Beto Pereira (PDT), Mara Caseiro (PT do B), Antonieta Amorim (PMDB) , Eduardo Rocha (PMDB) , Renato Camara (PMDB), José Carlos Barbosa (PSB) e Paulo Correa (PR).

Nos siga no Google Notícias