Defensores questionam argumentos de nova prisão de Puccinelli e advogados
Para eles, "não há nada de novo" nas novas detenções, decretadas no âmbito da Operação Lama Asfáltica
A defesa do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (MDB), questionou os argumentos da nova prisão. Quatro advogados foram até a sede da PF (Polícia Federal), onde o ex-chefe do Executivo estadual, o filho, André Puccinelli Júnior, e o advogado João Paulo Calves, estão presos.
Segundo Renê Siufi, não há "nada de novo" sobre a decisão que determinou as prisões de agora. "São fatos requentados", afirma. O advogado voltou a dizer que acha estranho a detenção ser decretada às vésperas da convenção partidária do MDB, marcada para 4 de agosto.
Sobre a citação de seu nome no processo que resultou na prisão, o advogado André Borges disse que a transferência de recursos do Instituo Ícone - que pertence a Puccinelli Júnior - para sua conta tratou-se de negociação natural, já que prestou serviços jurídicos à empresa.
"Sou contratado pelo Instituto Ícone, recebi honorários, emiti notas fiscais, recolhi os tributos pertinentes, onde isso pode ser ilícito?", questiona. Para ele, trata-se de tentativa de criminalizar a advocacia, o que será combatido "com toda força" no Judiciário.
Já a respeito da prisão de seus clientes, o advogado considerou a situação "absurdamente ilegal". A visita durou pelo menos 17 minutos e a expectativa é que Puccinelli e outros dois presos sejam transferidos esta tarde para o Centro de Triagem.
Puccinelli foi preso, na manhã de hoje, pela PF. Além dele, o filho, André Puccinelli Junior, e o advogado João Paulo Calves, foram detidos.
As novas prisões, decretadas pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal, na quarta-feira (dia 18), foram motivadas por provas obtidas com o material coletado na última fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama.
A 5ª fase da força-tarefa, que investiga esquema de corrupção de dimensão incalculável, prendeu Puccinelli, o filho e dois advogados ligados a Júnior no dia 14 de novembro de 2017.
No processo da 1ª instância da Justiça Federal de Campo Grande, que resultou na determinação das quatro prisões em novembro, “foram juntadas novas provas constantes em relatórios elaborados pela Polícia Federal, pela Controladoria Geral da União e pela Receita Federal”.
Ainda segundo a PF, as movimentações bancárias do Instituto Ícone do Direito – que pertence a Puccinelli Júnior e já teve João Paulo Calves e Jodascil Gonçalves Lopes (o terceiro preso da 5ª fase) como sócios – evidenciaram depósito de dinheiro que seriam de propina paga pela JBS.