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Cidades

Puccinelli e filho voltam para a cela 17 e fazem companhia para Giroto e Amorim

Conhecida por receber presos “famosos”, com direito a internação especial, a cela tem vaga para 23 internos, os considerados tranquilos

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 20/07/2018 11:36
Fachada do Centro de Triagem Anízio Lima, para onde André será transferido (Foto: Saul Schramm)
Fachada do Centro de Triagem Anízio Lima, para onde André será transferido (Foto: Saul Schramm)

Preso na manhã desta sexta-feira (20), André Puccinelli (MDB) e o filho dele André Puccinelli Júnior serão levados para ao Centro de Triagem Anízio Lima, onde dividirão a famosa cela 17 com o empresário João Amorim e o ex-deputado federal Edson Giroto.

A PF (Polícia Federal) confirmou a transferência e informou ainda que o terceiro preso de hoje, o advogado João Paulo Calves, tem direito a cela especial. “Será conduzido à vaga que for disponibilizada pela Justiça Federal”, informou a PF por meio da assessoria de imprensa. O Campo Grande News apurou, contudo, que o mesmo será levado para a sala de Estado Maior no Presídio Militar.

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso do Sul enviou logo cedo à Superintendência da PF em Campo Grande a comissão que defende as prerrogativas dos advogados. Apesar disso, Júnior abriu mão dos direitos como credenciado da Ordem para ficar junto com o pai.

Conhecida por receber presos “famosos”, com direito a internação especial, a cela 17 tem vaga para 23 internos, os considerados tranquilos. No local, eles podem receber dos visitantes cobertores, lençóis, itens permitidos aos demais internos.

Histórico de prisões, prisões históricas - Giroto, Amorim estão presos, também por consequência da Operação Lama Asfáltica, desde o dia 8 de maio. Na ocasião, ainda foram presos o servidor estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira e empresário Flávio Henrique Scrocchio (cunhado de Giroto).

A Lama Asfáltica chegou a um recorde no dia 21 de junho. O ex-deputado federal, o empreiteiro e outros investigados completaram 43 dias na prisão. 

Já Puccinelli, Júnior e Calves já haviam sido presos também, mas no dia 14 de novembro do ano passado, quando foi deflagrada a 5ª fase da Lama Asfáltica, força-tarefa que investiga esquema de corrupção de dimensão considerado incalculável. A prisão “relâmpago” durou no máximo 24 horas.

Nunca antes na história do Estado, um ex-governador e político com tamanho poder havia sido preso.

Movimentação na sede da PF na manhã de hoje; viatura chegando ao local (Foto: Marina Pacheco)
Movimentação na sede da PF na manhã de hoje; viatura chegando ao local (Foto: Marina Pacheco)

Novas provas – As prisões do ex-governador, do filho dele e do advogado foram motivadas por provas obtidas com o material coletado na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama, segundo a PF.

Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande após pedido feito pelo MPF (Ministério Público Federal) em maio de 2018.

No processo da 1ª instância da Justiça Federal de Campo Grande que resultou na determinação das prisões de novembro, “foram juntadas novas provas constantes em relatórios elaborados pela Polícia Federal, pela Controladoria Geral da União e pela Receita Federal”.

Ainda segundo a PF, as movimentações bancárias do Instituto Ícone do Direito – que pertence a Puccinelli Júnior e já teve João Paulo Calves e Jodascil Gonçalves Lopes (o terceiro preso da 5ª fase) como sócios – evidenciaram depósito de dinheiro que seriam de propina paga pela JBS.

Puccinelli entrando em furgão da PF, depois de passar por audiência de custódia na Justiça Federal no dia 14 de novembro; de lá, ele foi para a cela 17 (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Puccinelli entrando em furgão da PF, depois de passar por audiência de custódia na Justiça Federal no dia 14 de novembro; de lá, ele foi para a cela 17 (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Papiros de Lama – No dia 14 de novembro do ano passado, policiais federais também bateram nas portas de André Cance (ex-secretário adjunto de Estado de Fazenda), João Maurício Cance, dos empresários João Amorim, João Baird, Mirched Jafar Júnior e Antonio Celso Cortez. Eles foram levados em condução coercitiva para depor.

A PF foi ainda às ruas de Campo Grande, Aquidauana, Nioaque e São Paulo (SP) vasculhar 24 endereços.

Conforme a PF, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. A soma de R$ 160 milhões em bens de investigados foram bloqueados.

O ex-governador seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões.

Matéria alterada para acréscimo de informações às 11h52.

Puccinelli depois de receber familiares e a cúpula do MDB em casa no dia 16 de novembro, um dia após deixar a prisão; o ex-governador abraça a filha e deputado federal Carlos Marun está logo atrás (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Puccinelli depois de receber familiares e a cúpula do MDB em casa no dia 16 de novembro, um dia após deixar a prisão; o ex-governador abraça a filha e deputado federal Carlos Marun está logo atrás (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
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