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Política

Deputados não acreditam em reforma política por falta de tempo e consenso

Leonardo Rocha | 19/09/2017 12:45
Deputados Zé Teixeira, Amarildo Cruz e Renato Câmara, durante sessão na Assembleia (Foto: Victor   Chileno/ALMS)
Deputados Zé Teixeira, Amarildo Cruz e Renato Câmara, durante sessão na Assembleia (Foto: Victor Chileno/ALMS)

Os deputados estaduais não acreditam que a reforma política seja aprovada no Congresso Nacional, para valer em 2018. Eles alegam que a nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), além da falta tempo disponível e consenso, impede que o tema avance sobre temas polêmicos, como distritão, cláusula de barreira e financiamento de campanha.

Os parlamentares dizem que esta segunda denúncia contra Temer, que foi encaminhada por Rodrigo Janot, será mais um "empecilho", para serem votadas as mudanças na legislação eleitoral, que precisam ser aprovadas até um ano antes da eleição.

"Não vai ter tempo de votar, por isso acredito que restará a Justiça Eleitoral ou STF (Supremo Tribunal Regional) decidir que mudanças serão feitas", disse Cabo Almi (PT). O petista ainda criticou a "conivência" do Congresso com o presidente da República. "Ele tem uma base muito forte, além disto as pessoas não saíram nas ruas exigindo sua saída".

Para Herculano Borges (SD) a votação da reforma, junto com uma denúncia contra o presidente, também interfere na articulação. "Como vai ser votar medidas que podem prejudicar os partidos médios e pequenos, se a base aliada precisa ter o apoio deles, na votação sobre o Temer? Sabemos que tudo tem influência".

Amarildo Cruz (PT) diz que se houver mudanças, serão pequenas, por falta de acordo e consenso. "A reforma será bem abaixo do esperado, pelo ritmo que anda no Congresso, acredito que sequer vai sair do papel e com isto não adianta salvador da pátria no ano que vem, que presidente enhum consegue governar sem mudanças no sistema político".

Decepção - Renato Câmara (PMDB) e Mara Caseiro (PSDB) se mostraram decepcionados, com o andamento da matéria. "Todas estas denúncias e outras pautas prejudicaram as agendas das reformas, na questão política não vai mudar quase nada", alertou o peemedebista.

Para Flávio Kayatt (PSDB) as reformas são necessárias e os parlamentares em Brasília deveriam fazer um esforço, para buscar um acordo. "A falta de aprovação (reformas) só atrasa mais o País, prejudica o desenvolvimento e novos investimentos, assim como a denúncia contra o presidente, que neste momento faz mal para saúde financeira".

O texto da reforma política ainda está na Câmara dos Deputados e alguns pontos só tiveram aprovação nas comissões especiais, sem passar pelo plenário. Depois ainda precisa passar pelo Senado Federal. Para que as mudanças sejam válidas em 2018, precisa ser aprovada um ano antes da eleição, até 5 de outubro.

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