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Política

Estreante na política, Giroto diz que gosta mesmo é de tocar obras

Edmir Conceição | 23/01/2012 18:30

Borracheiro dos 13 aos 20, Edson Giroto se formou engenheiro e pagou faculdade com remendos de pneu e crédito educativo do MEC

Giroto diz ter experiência da 'escola' do governador André Puccinelli e prefeito Nelsinho Trad. (Fotos: Alessandro Moretti)
Giroto diz ter experiência da 'escola' do governador André Puccinelli e prefeito Nelsinho Trad. (Fotos: Alessandro Moretti)

No primeiro ano de mandato foi uma surpresa. Aos 52 anos, eleito deputado federal, Edson Giroto (PMDB-MS) teve atuação comparada a de um veterano, com performance superior até de colegas calejados na atividade legislativa. Mas não é essa a vida que Giroto escolheu. “Sou executivo, gosto de administrar, acompanhar, exigir, cobrar, aprendi desde cedo”, diz à reportagem do Campo Grande News o pré-candidato a prefeito de Campo Grande.

Mais velho dos quatro filhos do casal Malfair-Alcides Giroto, descendentes de italianos que fundaram a pequena Oscar Bressone, primeira cidade da região sorocabana, no interior de São Paulo, Giroto começou a trabalhar desde cedo, aos 13, como frentista e borracheiro no posto de combustíveis da família. Remendou e trocou pneus até os 20 anos. “Eu participava de aposta para ver quem trocava pneu mais rápido”, relembra.

“Acredito muito na força do trabalho. Só ela é capaz de mudar o destino”. Foi nessa crença, trabalhando muito, que conseguiu concluir o curso de Engenharia na tradicional Faculdade de Engenharia Civil de Lins. A renda como borracheiro custeava parte dos estudos, pagos com o crédito educativo do Governo Federal.

Giroto tem orgulho da origem, humilde, mas muito rígida. “Não conheci ninguém tão bravo como meu pai... Mas isso deu experiência e mostrou que a vida não é tão simples e que o trabalho leva à conquista". Casado com Rachel Giroto, tem três filhas Tainá, Isabela e Vitória. Viveu toda a infância e adolescência em Oscar Bressane, na região de Marília.

Edson Giroto diz que gosta da profissão de engenheiro rodoviário. Depois que se formou, na década de 1980 se transferiu para Mato Grosso do Sul, para trabalhou em rodovias. Executou obras em Dourados, Corumbá, Ponta Porã e Paranaíba, onde construiu as sedes das prefeituras de Corumbá e Ladário, o Ginásio Municipal de Esportes, a escola estadual Gabriel Vandoni de Barros, os apartamentos funcionais da Marinha e a revitalização da planta industrial da Cimento Itaú.

Com perfil executivo, Giroto diz que é um pouco advogado, administrador e gestor.
Com perfil executivo, Giroto diz que é um pouco advogado, administrador e gestor.

Em Paranaíba, conheceu André Puccinelli, durante uma edição do governo itinerante na gestão de Marcelo Miranda (1988). Naquela época tronou-se amigo de Puccinelli, que viria a ser o seu grande incentivador e mentor político. Giroto coordenou a campanha de 1996 na Capital e com a eleição de André assumiu a Secretaria de Obras. Como homem público, diz ser ‘um pouco administrador, um pouco engenheiro, técnico, gerente’.

Sonho de ser prefeito e chegar a governador - Na disputa interna para ser indicado como candidato a prefeito de Campo Grande, Edson Giroto diz que não pensa na escolha, mas na possibilidade de por continuar tocando obras na Capital e no Estado. Experiência não falta. Foram 805 obras executadas nos oito anos da administração de André Puccinelli e dois anos na gestão de Nelsinho Trad. Se for prefeito, pretende exercer dois mandatos. Depois disse, quer ser governador.

Edson Giroto diz que a vontade de administrar a Capital e o Estado fascina, mas a ideia leva em conta mais a sua natureza física e humana do que política, pela afinidade com os canteiros de obras e a visão administrativa proporcionada pela convivência com André Puccinelli.

Giroto diz que não faz de disputa interna em Campo Grande um cavalo de batalha. No páreo com o vereador Paulo Siufi (PMDB) e o colega Henrique Mandetta (DEM), Giroto diz que não impera a vontade pessoal nem as vaidades política. “Somos de um grupo muito consciente, muito bem liderado e fortalecido pela unidade”, diz.

Para Giroto, segredo da administração com boa aceitação popular é ouvir sempre a população.
Para Giroto, segredo da administração com boa aceitação popular é ouvir sempre a população.

“Há um respeito muito grande pelas outras pré-candidaturas, não se fala em favoritismo, mas sim em fortalecer o grupo. O caminho é o mesmo que elegeu Nelsinho Trad, houve as pesquisas, todos acataram e André fez o sucessor, Nelsinho Trad, que tem grande êxito na administração”.

Edson Giroto diz que, se for o candidato escolhido, vai apresentar um programa voltado à humanização da Capital. “Gosto de acompanhar obras, cobrar, exigir, mas acho que para administrar uma cidade você não pode deixar de ouvir a população”, diz. Para o deputado, a fórmula adotada pelo governador André Puccinelli é ideal e vai seguir o mesmo critério, definir as ações com base em pesquisas de opinião pública, deixar a população sinalizar.

Segundo Giroto, como o processo de escolha do candidato é externo, vai depender da população, não há clima de disputa entre os pré-candidatos. Mas diz ter acumulado mais experiência e contar com o know how para vir a ser o escolhido. A seu ver, Campo Grande não precisa de grandes obras na área central.

“Apenas algumas obras de embelezamento. Com a passagem de André e Nelsinho pela prefeitura, o centro se transformou em local de visita, passeio. A população tem o que precisa nos próprios bairros. Tenho noção clara de tudo que André e Nelsinho fizeram para a Capital desenvolver, agora quero humanizar a cidade,penso que não vale planejar o que está feito, daí termos que ouvir sempre a população”.

Nessa fase inicial de peneirada, segundo Giroto, o grupo não precisa precipitar acordos e nem discutir aliança, mas acredita que o mesmo arco de partidos que apoiaram a reeleição de Nelsinho Trad e do governador André Puccinelli nas últimas eleições deve ser preservado. Uma vez definido, sendo o candidato, vai conversar com todos e “por que não conversar com o PT também?”.

Giroto disse que já em fevereiro, após a última rodada de pesquisas de consumo interno, o governador André Puccinelli chamará os pré-candidatos para anunciar o candidato do grupo. Sendo ele o escolhido, fará de imediato convite ao governador e ao prefeito Nelsinho Trad para que eles sejam os coordenadores da campanha.

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