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Política

Ex-prefeito Marcos Trad nega ter deixado "herança maldita" para sucessora

Em entrevista, ex-prefeito afirma que, ao deixar a prefeitura, os cofres estavam no “azul”, com R$ 892 milhões

Por Mylena Fraiha | 14/11/2024 17:09
Ex-prefeito e atual vereador, Marquinhos Trad (PDT) durante entrevista passada (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Ex-prefeito e atual vereador, Marquinhos Trad (PDT) durante entrevista passada (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Após a prefeita Adriane Lopes (PP) afirmar que os cortes de gastos na Prefeitura de Campo Grande são reflexos de problemas herdados da gestão anterior, o vereador eleito e ex-prefeito Marcos Trad (PDT) rebateu as declarações e negou ter deixado uma "herança maldita". Ele afirma ter entregado a administração com os cofres públicos “no azul”.

Conforme o ex-prefeito, o saldo bancário da prefeitura em 31 de março de 2022 — um dia antes de sua renúncia — era de exatamente R$ 892.373.962,30. “Ela recebeu uma prefeitura no azul, e já confessou isso em diversas oportunidades. Inclusive, logo após assumir, disse publicamente que havia dinheiro em caixa para fazer todas as obras”, pontuou Marquinhos.

O vereador eleito também destacou que a atual prefeita realizou uma série de ações durante o primeiro ano de mandato com base no superávit deixado por sua gestão. “Ela não atrasou nenhum salário em 2022, antecipou o décimo terceiro e não precisou fazer cortes de 50% ou retirar ganhos dos servidores. Além disso, sentou com categorias e deu reajustes. Ela não teve nenhuma dificuldade financeira”, disse.

Marquinhos também criticou o distanciamento de Adriane, que era sua vice-prefeita, da gestão anterior. Segundo ele, ambos eram responsáveis pelas decisões e contas públicas. “Ela, como minha vice, também responde aos órgãos de controle. O prefeito e a vice-prefeita respondem juntos. As nossas contas, até o ano de 2022, foram julgadas pelo Tribunal de Contas e aprovadas. Inclusive, passaram pela Câmara Municipal e transitaram em julgado. Nunca recebemos ofício dos órgãos de controle para fazer qualquer ajustamento de gestão”, afirmou.

Sobre a relação pessoal e política, Marquinhos admitiu que houve um afastamento após sua saída da prefeitura, mas garantiu que seu papel como vereador será o de um fiscalizador respeitoso e comprometido com os interesses da população.

"Meu comportamento na Câmara será de um parlamentar que jamais vai atingir a pessoa, de quem quer que seja, mas que irá com responsabilidade e respeito fazer a fiscalização responsável do Executivo. Aplaudindo quando tiver que aplaudir e apontar os erros, quando tiver que apontar, sem alterar o tom da voz ou usar vocabulários agressivos, e sempre apontando alternativas e soluções para os problemas", diz o vereador eleito.

Justificativa dos cortes – A declaração sobre o ex-prefeito Marcos Trad foi feita pela prefeita ontem (13), durante um evento com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana.

Esta foi a primeira vez que ela se manifestou desde que os funcionários começaram a ser informados sobre a perda dos adicionais que eram incluídos no vencimento base para elevar a remuneração. A prefeita não detalhou a extensão dos cortes, que ainda não foram formalmente comunicados aos servidores.

Entretanto, ela ressaltou que as mudanças são definitivas e fazem parte das medidas de contenção previstas em um TAG (Termo de Ajustamento de Gestão), formalizado com o TCE (Tribunal de Contas do Estado), em razão de irregularidades na folha de pagamento.

No dia 7 de novembro, o Campo Grande News noticiou que os servidores comissionados terão seus salários de dezembro reduzidos pela metade ou mais. Essa medida visa garantir recursos para o pagamento do 13º salário, conforme fontes ouvidas pelo jornal. Todas as secretarias serão afetadas, inclusive, os efetivos que recebem bonificações.

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