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Política

Freire é gota d'água e Athayde Nery desiste de ajudar Bernal

Zemil Rocha | 04/11/2013 16:37
Para Nery, o prefeito Bernal pecou por não demitir de imediato Gustavo Freire (Foto: arquivo)
Para Nery, o prefeito Bernal pecou por não demitir de imediato Gustavo Freire (Foto: arquivo)

O presidente regional do PPS, Athayde Nery, já desistiu de ajudar o prefeito Alcides Bernal (PP) a atrair novos partidos e conquistar maioria na Câmara de Campo Grande. “Não dá mais tempo de construir a coalizão. Eu não vou mais, estou fora”, informou Athayde esta tarde, lamentando a demora do prefeito em tomar decisões fundamentais para garantir a governabilidade e barrar o processo de cassação em curso na Câmara.

A gota d’água para Athayde foi a falta de reação imediata do prefeito diante da decisão tomada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de demitir o auditor fiscal Gustavo Freire, que atualmente ocupa, acumuladamente, os cargos de secretário de Receita e de Governo na gestão Bernal.

“Na questão do Gustavo Freire, tinha de demitir imediatamente, de maneira sumária. Tem de afastar. Sujeito é demitido a bem do serviço público por um ministro da Fazenda, não pode manter ele. Isso é absurdo”, argumentou Nery.

Para o ex-vereador, Bernal acabou acreditando na alegação de Gustavo Freire e deixando de tomar a medida apropriada. “Seria o mesmo que depender da própria ação do condenado. É como se saísse a sentença e aí você perguntasse para o condenado: Quando você quer cumprir a pena”, comparou.

Além da lerdeza de Bernal, outro fator que Athayde Nery considera que enfraqueceu ainda mais o prefeito foi a condenação de seus atos financeiros pelo Tribunal de Contas do Estado. “Junta tudo que já tinha com a condenação do Tribunal de Contas e a demissão do Gustavo Freire pelo ministro da Fazenda, isso fragiliza o prefeito”, opinou.

Conversa com Bernal – O ex-vereador Athayde Nery revelou que chegou a conversar com o prefeito Alcides Bernal sobre a construção de uma “coalizão” na atual administração municipal. “Fiz algumas interlocuções e entreguei a ele um mapeamento. Vi condições de ampliar o apoio à administração dele, de formar uma coalizão”, contou.

Nessa articulação, com apoio de dirigentes e lideranças do PT, Athayde Nery chegou a ser uma opção para ser o secretário de Governo de Bernal, a quem incumbiria fazer toda a articulação política. “Eu não queria cargo, mas me colocaram no olho do furacão”, declarou Nery, referindo-se ao seu nome ter sido defendido para Secretaria de Governo.

A expectativa, segundo Nery, era que Bernal desse alguma sinalização na semana passada, o que não aconteceu. “Na situação atual só tem uma saída, ampliar base de sustentação. O prefeito precisa ter maioria na Câmara, senão está condenado”, apontou. “Precisava discutir de maneira republicana com outros partidos, para ver se tinha condições de vir participar. Isso tem de ser publico. E considerei bem receptivas as sondagens que fiz. Entreguei essas construções ao prefeito, mas ele tinha de agir imediatamente”, avaliou.

Como o prefeito Alcides Bernal nada fez, Athayde agora se retira e não é mais opção para ajudar na construção da coalizão. “Não vou mais mexer com isso”, garantiu. “O tempo agora é curto. Não adianta começar a fazer as interlocuções”, justificou. Para ele, dificilmente o prefeito conseguir escapar da Comissão Processante. “Só se tiver alguma carta na manga”, excetuou.

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