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Política

Jamal e outros 4 votariam contra a cassação de Bernal, diz Pedra

Paulo Yafusso | 26/10/2015 15:09
Vereador Jamal Salem na saída do Gaeco. No depoimento, disse que criou situação para que fosse chamado para ser ouvido novamente (Foto: Gerson Walber)
Vereador Jamal Salem na saída do Gaeco. No depoimento, disse que criou situação para que fosse chamado para ser ouvido novamente (Foto: Gerson Walber)

O prefeito Alcides Bernal (PP) teria o voto de mais cinco vereadores no dia em que teve o mandato cassado pela Câmara Municipal, em março do ano passado. A afirmação é do secretário municipal de Governo, Paulo Pedra, ao falar sobre o novo depoimento prestado pelo vereador Jamal Salem (PR) hoje pela manhã ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Jamal afirmou que viu Pedra e o vereador Cazua chamarem os vereadores para várias reuniões na Câmara, durante a sessão.

Jamal Salem disse não saber o que se discutiu nessas reuniões e aos promotores hoje, declarou que no dia 25 de agosto deste ano, ao ser conduzido coercitivamente ao Gaeco durante a Operação Coffee Break, não falou sobre isso e nem de que ouviu durante a sessão que Bernal havia oferecido dinheiro e cargos aos vereadores para que votassem contra a cassação, porque estava nervoso, por isso limitou-se a responder somente o que lhe fora perguntado.

O vereador do PR afirmou, porém, que ao dizer à imprensa que Alcides Bernal ofereceu dinheiro e vantagens para os vereadores para não ser cassado, tinha o interesse de que fosse chamado novamente para ser ouvido pelo Gaeco. Procurado agora a tarde pelo Campo Grande News para falar sobre o assunto, Jamal Salem não foi encontrado.

Segundo Paulo Pedra, no dia da sessão, a todo o momento ele e o vereador Cazuza conversavam com os vereadores. Ele assinalou que, em determinado momento, a base aliada de Bernal percebeu que havia perdido o jogo. “É aquele ditado, o boi já foi com a corda”, diz ele. Pedra disse ainda, que a única reunião que participou em que Jamal estava presente foi na noite de véspera da sessão que terminou em cassação do mandato de Bernal. “Na noite anterior ele assumiu o compromisso de votar contra, mas resolveu mudar de posição e de voto”, declarou, sem querer revelar onde e a que horas foi essa reunião.

O vereador, que se licenciou para assumir a Secretaria Municipal de Governo, lembrou que haviam também se comprometido a votar contra a cassação os vereadores Gilmar da Cruz (PRB), Edson Shimabukuro (PTB), Alceu Bueno (que renunciou ao mandato neste ano, após se envolver em escândalo de exploração sexual de adolescente) e Carlão (PSB). Paulo Pedra lembrou que no dia, ao declarar o seu voto, Carlão disse que votava pela cassação porque “companheiros roeram a corda”.

O vereador Carlão afirmou que o que o levou a votar pela cassação foi a falta de compromisso do então prefeito. "Eu falei: Bernal, arranja 10 vereadores que eu te ajudo, mas como ele não cumpriu com o compromisso votei a favor", afirmou. Ele assinalou ainda, que o prefeito cassado teve três meses para se defender das acusações e não o fez. Já Edson Shimabukuro disse que não assumiu compromisso nem com Bernal e nem com Gilmar Olarte, e que o seu voto foi por causa da CPI da Improbidade, que apontou irregularidades praticadas por Alcides Bernal. Alceu Bueno alegou que decidiu durante a sessão votar pela saída de Bernal da Prefeitura, ao perceber que os favoráveis à cassação eram maioria. Gilmar da Cruz não foi encontrado para falar sobre o assunto.

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