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Política

MDB vai retomar aliança com PSDB em Aquidauana após Orro “implodir” partido

Cupúla emedebista alega que retirada da pré-candidatura foi motivada pelo fracasso do próprio ex-deputado

Por Jhefferson Gamarra | 25/07/2024 17:10
Ex-deputado estadual Felipe Orro na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) (Foto: Divulgação)
Ex-deputado estadual Felipe Orro na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) (Foto: Divulgação)

A desistência de Felipe Orro, ex-deputado estadual, da disputa pela prefeitura de Aquidauana trouxe à tona uma série de desentendimentos dentro do MDB. Enquanto Orro alega que sua retirada foi motivada pela falta de apoio do partido, lideranças do MDB afirmam que a situação é mais complexa e envolve o fracasso de articulação do próprio ex-candidato.

O imbróglio remete às eleições de 2016, quando o MDB apoiou a candidatura de Odilon Ribeiro, do PSDB, para a prefeitura de Aquidauana, com a emedebista Selma Suleiman como vice. No pleito de 2020, Odilon foi reeleito, mas Selma não pôde concorrer novamente, forçando novas alianças políticas. Este ano, com Odilon impossibilitado de disputar mais um mandato, o diretório local do MDB havia se comprometido a apoiar Mauro do Atlântico, candidato do PSDB, garantindo a continuidade do governo tucano na cidade.

Contudo, a entrada de Felipe Orro no MDB, em março deste ano, alterou esse cenário. Orro pressionou lideranças estaduais, como o ex-governador André Puccinelli, para assumir o controle do partido e lançar sua candidatura à prefeitura. Puccinelli atendeu ao pedido, destituindo a executiva local do MDB e colocando Orro no comando, sob a condição de que ele concorresse ao cargo. Essa manobra gerou descontentamento entre antigos membros do partido, como Fauzi Suleiman e Selma, que migraram para o PP, levando a uma debandada antigos emedebistas locais.

Apesar de ter conquistado a liderança do partido, Felipe Orro não conseguiu viabilizar sua candidatura. Sem articulação suficiente e enfrentando resistência interna, Orro anunciou sua desistência, justificando a decisão com a falta de apoio do partido. Em declaração na noite da última quarta-feira, disparou contra os próprios correlegionários dizendo que foi “abandonado”.

“Não tivemos apoio da sigla. A partir do momento que fizeram acertos, tiraram toda a nossa autonomia aqui. Já enfrentei diversas eleições contra o governo. É uma lida. Não é fácil”, declarou Orro.

Segundo membro da cúpula emedebista ouvido pelo Campo Grande News, a explicação de Orro é apenas uma desculpa para encobrir o fracasso de sua pré-candidatura. "Ele queria mais apoio do que nós demos? Entregamos o partido para ele ser candidato e ele implodiu. Saíram lideranças antigas do MDB. Ele tem a história dele na política, mas chegou recentemente no MDB. Ele não conseguiu se viabilizar e usou isso como desculpa", disse.

Com a saída de Orro da corrida, o MDB reafirmou o compromisso de apoiar Mauro do Atlântico, pré-candidato do PSDB. A cúpula estadual planeja montar uma comissão provisória para reorganizar o partido local e garantir a continuidade da aliança com os tucanos em Aquidauana. O apoio ao PSDB foi visto como um “retorno ao curso natural” das articulações políticas, alinhando o MDB com a estratégia que estava desde o início das negociações.

Felipe Orro foi procurado pelo Campo Grande News para comentar as acusações de ter "implodido" o partido, mas até o momento não se manifestou. O espaço permanece aberto para sua resposta.

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