Ministério Público quer descobrir como a delação da Odebrecht vazou
O vazamento da delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que cita nomes de 51 políticos de 11 partidos, será alvo de investigação judicial. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer saber como o documento de 82 páginas contendo o depoimento de Melo foi parar na imprensa. Para tanto, solicitará abertura de inquérito investigativo, conforme publicado neste domingo (11) pela Agência Brasil.
Em nota, o MPF (Ministério Público Federal) aponta que toda delação só tem valor jurídico depois de homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O texto aponta ainda que "o vazamento do documento, além de ilegal, não auxilia os trabalhos desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o MPF, que segue determinado em apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo”, diz a nota divulgada na noite deste sábado (10).
Cláudio Melo era responsável pelo relacionamento da construtora com o Congresso Nacional e revelou ter intermediado o pagamento de propinas em troca de favores políticos, incluindo o presidente Michel Temer que, conforme o delator, teria pedido (e recebido) R$ 10 milhões em 2014, após acordo formalizado no Palácio Jaburu (DF), residência do então vice-presidente Michel Temer.