Na frente de Lula e de 2 mil, Delcídio promete governo de oportunidades
Na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de duas mil pessoas, o senador Delcídio do Amaral (PT) prometeu um “governo de oportunidades”. Ele foi oficializado, nesta sexta-feira (27), candidato à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB), com o deputado estadual Londres Machado (PR), na vaga de vice e Ricardo Ayache (PT), na disputa por cargo de senador.
“Não sou homem de prometer, mas de se comprometer. Neste sentido, assumo compromisso com o povo sul-mato-grossense, que quer um Estado com saúde, educação, segurança pública e que lute pela minorias, um governo de oportunidade e de diversificação econômica para promover o desenvolvimento de todo o Mato Grosso do Sul”, disse Delcídio, no palanque petista.
Segundo ele, o “grande desafio é transformar o Estado em um Estado cidadão, em um governo transparente e de combate à corrupção”. “Temos um projeto moderno, para frente, digital, descentralizado e de desenvolvimento, estamos preparados”, completou.
Delcídio ainda classificou a construção de sua candidatura como “uma caminhada dura”. “Mas não vou sair da linha, vou defender propostas e projetos e vamos nos preparar, porque vão nos atacar e vamos responder com projetos, propostas e respeito”, declarou.
Além disso, o petista ressaltou confiar na vitória no primeiro turno. “Vamos fazer o enfrentamento político para mostrar o que fizemos e o que eles fizeram”, finalizou.
Em um discurso de quase uma hora, Lula elencou várias ações do governo do PT à frente da Presidência do Brasil e apresentou muitos números para ressaltar os avanços. “Antes do PT, o Brasil era o vice-campeão mundial em desemprego”, citou.
Para o ex-presidente, a disputa se resume entre “os que querem o Brasil anterior a 2002 contra os que querem o Brasil governado pelo PT”. Pós-PT, ele viu “um país com desenvolvimento político, econômico e cultural”. Lula ainda aconselhou “Delcídio a governar para todos e privilegiar a parte mais pobre”.
Candidato a senador na chapa do PT, Ricardo Ayache disse que “o governo do PT vai oferecer um amanhã de desenvolvimento e justiça social. “Vamos construir isso conjuntamente com cada cidadão”, frisou. “Vou trabalhar olhando com atenção para cada região de Mato Grosso do Sul, quero um Estado que invista prioritariamente em saúde e educação”, completou.
Londres disse que ajudará a construir “um governo municipalista, como todos querem”. “O Delcídio não precisa de GPS para ir às cidades, porque conhece todos os cantos do Estado”, destacou. Também prestigiaram a convenção 40 prefeitos e lideranças dos 11 partidos que compõe a coligação.
Perfil do candidato - A aposta do PT para voltar a governar Mato Grosso do Sul, senador Delcídio do Amaral, é corumbaense de nascimento e tem 59 anos. É engenheiro elétrico de formação, casado e pai de três filhas.
Ele foi o responsável pela construção, com 28 anos, da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. A experiência o levou para Europa, mais especificamente para a Holanda, onde foi um dos diretores da petroleira Shell.
O ingresso na vida pública aconteceu na volta ao país, quando assumiu a Eletrosul, em 1991. Em seguida, em 1994, foi primeiro secretário executivo e depois ministro de Minas e Energia, no governo do ex-presidente Itamar Franco.
De 1995 a 1996, foi presidente do conselho de administração da Companhia Vale do Rio Doce. Voltou para Eletrosul em 1999, de onde saiu para assumir a diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Cargo que ocupou até o final de 2001, quando foi convidado pelo então governador, Zeca do PT, para ser o secretário de Estado de Infra-Estrutura e Habitação.
Em 2002, Delcídio foi a aposta do PT para a disputa do Senado, à época contra o ex-governador Pedro Pedrossian, que liderava com folga as pesquisas. Foi eleito senador, em uma eleição cheia de surpresas, por oito ano com 500 mil votos.
Quatro anos mais tarde, em 2006, disputou com André Puccinelli (PMDB) o Governo do Estado, acabou derrotado e voltou para o Congresso. Em 2010, foi reeleito senador da República por Mato Grosso do Sul com mais de 826 mil votos.
Em 12 anos de Senado, Delcídio foi eleito por nove vezes como um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, por jornalistas e cientistas políticos. Ele também presidiu a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que culminou com denúncia do 'mensalão'.
Já presidiu e hoje é membro da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) e é membro efetivo das Comissões de Serviços de Infraestrutura, Agricultura e Reforma Agrária, Ciência e Tecnologia, Ambiente e Defesa do Consumidor e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.