Olarte e ex-mulher são absolvidos em processo por lavagem de dinheiro
Eles respondem ainda a outra ação pelo mesmo crime, derivada de investigações iniciadas em 2015
O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal Residual de Campo Grande, absolveu o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, e a ex-mulher dele, Andreia Zanelato, em ação criminal por lavagem de dinheiro, decorrente de negociações de duas salas comerciais.
Na sentença, do dia 19 de outubro, o magistrado diz que o que foi levado aos autos não permite imputar o crime aos réus.
Ferreira Filho destaca, porém, que ainda há acusações formuladas contra os acusados e que estão pendentes de julgamento. Essas, explica, “serão apreciadas à luz do conjunto probatório existente naqueles autos”.
O que se está a julgar nestes é, unicamente, a aquisição das salas comerciais antes referidas e, em relação a elas, por todo o já apontado alhures, não há como se reconhecer a prática do crime de lavagem de capitais por parte dos corréus, escreveu.
Investigação – Em 2017, Olarte e a ex-mulher foram alvos da Operação Pecúnia, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), apontando uso de dinheiro obtido por corrupção pelo ex-prefeito para aquisição de imóveis na Capital.
Documentos apreendidos em agosto de 2015 apontaram aquisição de bens no montante de R$ 4,1 milhões. Segundo divulgado, foram pagos R$ 2.863.000 e as parcelas restantes deixaram de ser quitadas assim que Gilmar Olarte deixou a prefeitura, ao ser reconduzido ao cargo o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em agosto de 2015.
Para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), os investigados montaram um esquema de lavagem de dinheiro conseguido ilicitamente.
As investigações tiveram início a partir dos dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de Andreia Zanelato.
O outro processo que aguarda julgamento é pelos crimes de lavagem de capitais e organização criminosa.
Quando a operação foi feita, a afirmação é de que Olarte e Andreia tiveram a ajuda de Ivamil Rodrigues, corretor de imóveis e braço direito do casal nas aquisições imobiliárias fraudulentas, e Evandro Farinelli, pessoa que cedia o nome para que as aquisições fossem feitas em nome de Andreia Zanelato. Eles não estão envolvidos na ação já sentenciada.
A defesa do casal sempre negou as acusações de irregularidades. Os processos correm em segredo, por causa dos dados expostos pelo sigilo quebrado dos envolvidos.