Para evitar ação policial, Amorim devolve chaves de condomínio de luxo
Falta de pagamento de taxas condominais virou batalha judicial
Quase dez dias após decisão judicial que autorizou uso de força policial para arrombar seus imóveis, o empresário João Amorim deu as chaves das duas salas que possui em um condomínio comercial de luxo para que as mesmas sejam vendidas.
Acionado na Justiça pela própria administração do prédio por acúmulo de dívidas ao longo de dois anos, o empreiteiro preferiu não ir pessoalmente ao local, seu advogado foi quem devolveu as chaves de acesso às salas e assinou documento comprovando que a decisão foi cumprida no final da tarde da última sexta-feira (29).
A demora ocorreu justamente porque Amorim, ao ser notificado, pediu que a notificação fosse feita à sua defesa, com isso, até que o processo andasse, ganhou uns dias extras para cumprir a decisão do juiz Cássio Roberto dos Santos. O advogado informou, ainda, que as salas já estão completamente desocupadas.
Caso – O desfecho acima citado ocorreu após Amorim não quitar taxas condominiais de novembro de 2014 a novembro de 2016. Em março de 2017 a dívida já estava em R$ 63,7 milhões e a quitação foi negociada. O pagamento seria feito em seis parcelas, contudo o empresário só debitou a primeira parcela integralmente e parte da segunda.
Após várias tentativas, conforme explica o responsável pelo condomínio na ação de cobrança, a decisão foi de judicializar a questão em maio de 2018. No mesmo mês a Justiça determinou o pagamento da dívida, mas em agosto daquele ano ele ainda não tinha sido encontrado para notificação.
À época a filha do empresário usava as salas, porém, ainda segundo informado nos autos, não prestava informações ao condomínio sobre o paradeiro do pai. Em fevereiro de 2019 o empreiteiro ainda não havia sido encontrado pela Justiça, assim foi até meados de 2020 quando a defesa dele se manifestou alegando que as salas seriam colocadas a venda.
Tempos depois voltou atrás e agora, no final de julho, após o condomínio informar que existem interessados em comprar os imóveis, mas não havia como adentrar as salas porque as chaves foram retiradas da imobiliária por Amorim, a Justiça determinou que, caso as chaves não fossem fornecidas em 48 horas, as salas seriam arrombadas, mesmo que para isso seja preciso acionar a polícia.