Para Ovando, futuro de quadros do PSL em MS depende de posição de Bolsonaro
Conforme o deputado federal, a crise nacional somada ao racha regional agrava indefinição quanto a mandatos da legenda
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A crise no PSL nacional agrava ainda mais o racha já existente na legenda em Mato Grosso do Sul, além de deixar indefinido o futuro das lideranças com mandatos tanto na Assembleia Legislativa quanto dos que representam o Estado em Brasília. Na avaliação do deputado estadual, Luiz Ovando, o destino da sigla e dos mandatos depende de definição do presidente Jair Bolsonaro.
Com o agravamento da situação em âmbito nacional, a tendência é que a disputa de poder no PSL ocorra nos tribunais eleitorais. A ala de correligionários do presidente intensifica as acusações de falta de transparência e mau uso da verba partidária do partido administrado pelo deputado Luciano Bivar (PE). No entanto, os fiéis à legenda também podem ter carta na manga para segurar o presidente no partido, como informações do esquema envolvendo candidaturas fantasmas em Minas Gerais, envolvendo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
A manutenção do mandado é o principal desafio enfrentado por quem está insatisfeito com os rumos do PSL . “A estrela do partido é o Bolsonaro. Quer queira ou não. Então, o Bolsonaro deve apontar o caminho e nós vamos ver o que é que nos vamos fazer”, afirmou Ovando durante conveção do Solidariedade, realizada na manhã deste sábado.
No entanto, o deputado destacou que vários aspectos devem ser discutidos antes da mudança da migração de lideranças, entre elas a própria possibilidade de harmonização da legenda. “Existem vários convites [de outros partidos]. Naturalmente a gente não pode sair de uma situação, ir para outra e encontrar a mesma dificuldade”.
Na avaliação de Ovando, a crise nacional é reflexo dos desacertos nas executivas estaduais de todo o País, situação também verificada no Estado. Durante as eleições, do ano passado, a senadora Soraya Thronicke denunciou seu primeiro suplente e ex-presidente da sigla, Rodolfo Nogueira, ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), o acusando de fazer campanha para candidatos ao senador por outros partidos. Ela perdeu a ação, mas a situação não melhorou.
As tentativas de apaziguar o partido no Estado foram fracassadas e muitas foram protagonizadas pelo próprio Ovando. “A minha ação nesse tempo todo tem sido basicamente aproximação. Eu fiz quatro tentativas e até agora, infelizmente, nós não conseguimos”. A falta de diálogo leva quadros estratégicos ao desgosto, além de deixar à deriva 49 diretórios municipais criados no interior do Estado.