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Política

Prefeito perde dois vereadores da base na votação da processante

Antonio Marques | 14/08/2015 08:22
Vereador Otávio Trad (direita) cumprimenta o colega Roberto Durães, que assumiu o lugar da vereadora Thais Helena, na votação da abertura da Comissão Processante (Foto: Fernando Antunes)
Vereador Otávio Trad (direita) cumprimenta o colega Roberto Durães, que assumiu o lugar da vereadora Thais Helena, na votação da abertura da Comissão Processante (Foto: Fernando Antunes)
Vereador Betinho disse que o fato de ter votado ontem contra o prefeito não significa que saiu da base (Foto: Marcos Ermínio)
Vereador Betinho disse que o fato de ter votado ontem contra o prefeito não significa que saiu da base (Foto: Marcos Ermínio)

Dois vereadores considerados da base do prefeito Gilmar Olarte (PP) decidiram votar diferente dos colegas e apoiaram os parlamentares da oposição na sessão de ontem, 13, que abriu Comissão Processante para cassar o gestor municipal. Otávio Trad (PtdoB) e Roberto Santana dos Santos, o Betinho (PRB), disseram ter votado em favor de Campo Grande, mas não quiseram confirmar se passam a integrar o grupo opositor.

Até a última terça-feira, 11, quando foi votado o parecer para definição do quórum qualificado para abertura da Comissão, os dois tinham sido favoráveis ao prefeito, deixando apenas nove vereadores na oposição. Para os parlamentares e a imprensa que acompanha os trabalhos na Casa, eram certos que, dos 29 parlamentares, a base teria 20 votos, contra 9, da oposição. No entanto, além da votação unânime na abertura do primeiro item, nos outros cinco, o resultado igual foi de 18 pela rejeição dos pontos na investigação e 11 a favor.

Entretanto, já na votação para fracionar os pontos do requerimento que pedia a abertura da Comissão Processante, Otávio Trad deixou o colega de partido, vereador Flávio Cesar, sozinho na base de Olarte, uma vez que Eduardo Romero, também do PTdoB, já declarou ser independente há algum tempo e vota geralmente com a oposição.

Otávio Trad disse que era favorável a votar em favor do requerimento como foi apresentado, sem o fracionamento, pois era forma de o prefeito poder se defender de todas as acusações. “Votei conforme com minha consciência. Vou continuar votando o que eu acho que é bom pra cidade, que é bom para as categorias”, afirmou o vereador.

Sobre a possibilidade de sair da base do prefeito ou ser independente a partir de então, Otávio disse que agora a “situação muda um pouco, mas continuo muito tranquilo com relação a oposição ou base.” Ele disse que na próxima semana deve fazer seu pronunciamento na Casa sobre a decisão de permanecer na base, ir para oposição ou ser independente. “Tenho de certa forma a liberdade de fazer aquilo que acho que é correto”, garantiu.

Betinho, que assumiu a vaga do ex-vereador Alceu Bueno, após ter renunciado ao mandato por estar envolvido em denúncias de crime de exploração sexual de menores, retornou ao partido PRB, pelo qual concorreu as eleições em 2012, logo depois que tornou-se parlamentar no início de maio passado. Na bancada tem como companheiro o colega Gilmar da Cruz, que também ficou só na votação de hoje.

Segundo Betinho, o fato de ter votado contra o prefeito não significa que deixou a base, apenas considera que votou em favor de Campo Grande. “Entendemos que o assunto é importante e queremos o melhor para a Capital e para as pessoas”, declarou.

Ele fez questão de ressaltar que, desde que assumiu o mandato anunciou que seria base “crítica e alguns momentos não poderia não concordar com alguns encaminhamentos”, e discutiria o assunto no partido para definir a forma de votar.

“Não significa que a partir de então serei oposição ao prefeito. De jeito nenhum, muito pelo contrário, nós queremos o melhor para a cidade. Tudo que pudermos ajudar ao prefeito para melhorar a Capital vamos apoiá-lo”, reiterou Betinho, que considerou a votação foi um processo democrático e satisfatório, mesmo a Comissão sendo aberta para investigar apenas um dos seis itens do requerimento.

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