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Política

Prefeitura fala em caos: deve R$ 34 mi, falta médico e 21 obras estão paradas

Gabriel Alves de Oliveira (PSB) apresentou balanço do que encontrou na prefeitura

Por Silvio de Andrade | 03/02/2025 14:29
Prefeitura fala em caos: deve R$ 34 mi, falta médico e 21 obras estão paradas
Prefeito Gabriel Oliveira: "estamos superando as dificuldades". (Foto: Divulgação)

“Vivemos o caos na administração”, resumiu o prefeito corumbaense Gabriel Alves de Oliveira (PSB), ao abrir a coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (3), em seu gabinete. Ele relatou os problemas financeiros e estruturantes para tocar a cidade abandonada pela gestão do tucano Marcelo Iunes. O montante do rombo é de R$ 34 milhões. “A cada dia somos surpreendidos com uma dívida vencida”, disse.

A prefeitura, hoje, enfrenta problemas graves na saúde, onde faltam médicos e medicamentos, impactando no atendimento à população; o Hospital de Caridade, sob intervenção, tornou-se um cabide de empregos (são quase 600 funcionários) e acumula dívidas de R$ 130 milhões; há um desmanche na estrutura e equipamentos dos prédios públicos, incluindo escolas e unidades de saúde; são 21 obras inacabadas ou não iniciadas com verbas garantidas.

“Somos obrigados a tomar atitudes duras”, reagiu o prefeito, ao lado da vice, Bia Cavassa, e secretários. Dos 600 cargos comissionados na gestão passada, foram ocupados 181 (50% por servidores efetivos), com redução de R$ 2 milhões na folha de pessoal. O problema maior é no Hospital de Caridade, onde foi constatado empreguismo de 150 pessoas sem função específica. “Vamos buscar o dinheiro para indenizar esse pessoal”, comentou Gabriel.

Um novo hospital

O hospital, único na região para atender também Ladário e as cidades vizinhas da Bolívia, é um ônus sem fundo para a prefeitura com a contratualização, iniciada em 2010. O Ministério Público cobra a construção de uma unidade hospitalar regional, agora prometida pelo governador Eduardo Riedel.

A prefeitura recorreu ao Estado para garantir a manutenção do hospital, cujo novo convênio será assinado em breve, e pagou, recentemente, duas folhas de salários atrasadas, no valor e R$ 2,4 milhões. “O hospital é uma nova prefeitura”, desabafou o prefeito.

Serviços essenciais

Envolvido com a crise instalada na saúde, o prefeito, que é médico, já autorizou a contratação de médicos, porém encontra dificuldades para compra de medicamentos e outros itens devido à suspeição sobre o sistema de licitação, que passa por reformulação. Dos 81 veículos da secretaria de Saúde, apenas 21 estão em condições de uso, e uma unidade de saúde passou oito meses sem energia elétrica.

Apesar do desarranjo administrativo e financeiro, Gabriel Oliveira garantiu que os serviços essenciais à população estão sendo realizados, com prioridade na saúde, educação e infraestrutura urbana. A gestão também atua para garantir o cumprimento de alguns projetos, como a construção de casas no Bairro Guatós, que exigem contrapartidas do município não cumpridas pelo prefeito anterior.

Prefeitura fala em caos: deve R$ 34 mi, falta médico e 21 obras estão paradas
Situação precária do prédio da prefeitura revela o abandono dos bens públicos. (Foto: Silvio de Andrade)


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