Professores querem que vereadores “pressionem” prefeita por aumento
Executivo diz que não tem condições de arcar com reajuste salarial
Dezenas de professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) estão na Câmara Municipal de Campo Grande reivindicando que os vereadores auxiliem a categoria na discussão com a prefeitura acerca do reajuste salarial previsto em lei, porém não concedido por parte do Executivo.
Os educadores encheram a Casa de Leis e alguns ficaram para fora devido à capacidade máxima de lotação do plenário. A Guarda Municipal reforçou a segurança no local. A professora Bya Narçay, que conseguiu entrar para acompanhar o movimento, disse que eles estão lá para exigir que a prefeitura cumpra o que foi combinado com a classe.
"A categoria está unida e nosso movimento é legítimo. A sociedade precisa entender que não é um movimento contra a educação e sim a favor. É claro que a gente preferiria estar em sala de aula, a gente sabe fazer a tarefa de casa, mas nossos líderes não", lamentou.
Vereador Riverton de Souza (PSD), que é professor, considera a greve justa. "É uma pena que eles tenham que fazer esse movimento para receber o que é de direito. Esperamos que a prefeitura cumpra o piso", disse ao Campo Grande News.
O legislador se refere ao reajuste de 10,39% que deveria ser pago pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), aos mais de 8 mil professores do município, conforme acordo feito no início do ano que resultou em tabela de escalonamento assegurado por lei.
A chefe do Executivo alega que não tem condições financeiras de arcar com o que foi acordado, pois feriria a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Ela ofereceu à categoria aumento de 4,38% e auxílio alimentação de R$ 400, porém a proposta foi rejeitada e greve deflagrada. O piso é R$ 3,3 mil por 20h, e com o reajuste integral o salário teria que ir para 3,8 mil.
Outro professor eleito vereador, Juari Lopes (PSDB), também considera o movimento grevista legítimo. "É uma lei que não foi atendida. Quem tinha que entrar na Justiça eram os professores e não o contrário", comentou.
A prefeitura ingressou com ação alegando ilegalidade na greve regida pela ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e pedindo que fosse barrada. A Justiça, porém, ainda não decidiu se concede ou não liminar. O vereador Beto Avelar (PSD) tenta contato com a prefeita para viabilizar reunião com a classe ainda nesta terça-feira.
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