Protesto de trabalhadores contra terceirização recebe Eduardo Cunha
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enfrentou, nesta sexta-feira (24), protesto de sindicalistas contra a terceirização ao chegar para audiência itinerante sobre a reforma política e o pacto federativo no auditório da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.
Cerca de 130 pessoas, vinculadas a movimentos sindicais e sociais, estão do lado de fora do evento em ato de repúdio a aprovação pelos deputados de proposta que permite a empresa terceirizar atividades atividades-meio, como limpeza e manutenção, assim como atividades-fim possibilitando, por exemplo, que escolas privadas tenham professores contratados nos mesmos moldes.
Para o presidente regional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Genilson Duarte, a forma “truculenta” como o projeto foi aprovado na Câmara resultará na precarização das condições de trabalho. Ele considera como negativo o fato dos terceirizados terem salários 25% menores, trabalharem média de três horas a mais e que 8 em cada 10 acidentes de trabalho ocorram neste grupo de trabalhadores.
Já Ricardo Martinez, presidente regional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), considera o presidente da Câmara como “persona non grata na visão dos trabalhadores” e avisou que a ação de hoje é um alerta aos senadores que devem analisar agora o projeto.
Em relação aos protestos, Eduardo Cunha frisou que estes ocorrem porque “envolvem poder político sindical e sua arrecadação”, assim como seus representantes “usam os trabalhadores como escudo para seus interesses”.
“Nós não podemos nos omitir de deixar de regularizar o direito desses trabalhadores. Existe uma precarização de empresas que não recolhem FGTS e não cumprem obrigações trabalhistas. Com a aprovação desse projeto elas terão que cumprir”, pontuou o presidente da Câmara, que tem cobrado celeridade do Senado em avaliar a questão.