Reforma terá mudanças e deve ser votada em fevereiro, diz senador
Senador Pedro Chaves é o relator da reforma no Senado
O senador Pedro Chaves (PSC), relator da reforma do ensino médio, revelou que o projeto sofreu várias mudanças, em relação ao texto original, apresentado pelo presidente, Michel Temer (PMDB) e que deve ser votado na segunda semana de fevereiro, após o recesso parlamentar, no Congresso Nacional.
"Tivemos 566 emendas dos parlamentares, além de diversas reuniões com segmentos da sociedade civil e da área educacional, por isso o projeto mudou bastante, em relação ao original", disse o senador. Ele citou por exemplo a inclusão da educação artística e da educação física, como disciplinas em que as escolas serão obrigadas a oferecer, no ensino médio.
"No caso da educação física, o aluno pode optar em fazer ou não as atividades, mas as escolas serão obrigadas a ter um profissional a disposição, nem que seja para dar aula para um estudante". Outra mudança foi no tempo em que a União terá que ajudar os estados, na implantação da educação integral.
"O projeto (original) previa 4 anos, e nós aumentamos para 10 (anos). A União terá o dever de ajudar os estados com recursos, para implantar este modelo educacional, depois eles terão que andar com suas próprias pernas", disse ele.
Votação - Chaves explicou que a reforma já passou na Câmara dos Deputados e foi lida no Senado Federal, restando agora entrar em votação. "Como na primeira semana de fevereiro é mais para a articulação política, formação de comissões, na segunda (semana) o projeto entra em pauta para ser apreciado".
O senador explicou que as matérias tradicionais, como português, matemática, geografia e história continuam sendo obrigatórias e terão 1.800 horas/aula, nos três anos de ensino médio. Depois o aluno vai escolher em que base de estudo pretende seguir.
Ele terá cinco opções: Linguagem e Tecnologia, Ciências da Natureza, Matemática e Tecnologia, Ciências Sociais Aplicáveis ou Formação Profissional. "O aluno vai escolher em que área pretende buscar mais conhecimento, já pensando no seu futuro acadêmico, além disto, também tem a opção pelos cursos que vão o inserir no mercado de trabalho", explicou.
Chaves ressaltou que cada escola poderá ter estas cinco opções disponíveis, ou optar por apenas algumas. "Antes tínhamos um sistema parecido com este, depois mudou e hoje o aluno estuda 13 disciplinas no ensino médio, muitas que ele não tem o menor interesse".
Protestos - Sobre as manifestações contra o projeto, o senador ponderou que em muitos casos, houve uma confusão e uma "mistura" de assuntos diferentes. "As pessoas reclamaram mais da PEC dos Gastos Públicos e a reforma vinha no conjunto, mas quando o aluno entende o projeto, ica empolgado com as mudanças".