Reinaldo Azambuja chega à Polícia Federal para prestar esclarecimento
Governador será ouvido em inquérito do STJ que determinou 14 prisões
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), chegou na sede da Polícia Federal em Campo Grande por volta das 14h30 desta quarta-feira, para prestar esclarecimento.
Junto, se apresentou o filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, de 29 anos, que teve a prisão provisória decretada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), como parte da operação Vostok, deflagrada na manhã de hoje.
O governador, que estava no interior do Estado em campanha até ontem à noite, chegou acompanhado de seguranças em um veículo Trail Blazer oficial, no qual também estava o filho, segundo apurado. O comboio tinha três carros. Nos outros, conforme a reportagem levantou, estavam os advogados de Reinaldo.
A Operação Vostok, que reuniu mais de 220 policiais, foi para cumprir 14 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão de documentos.
Entre as pessoas que já foram presas estão o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM) e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro, além do pecuarista Ivanildo Miranda, conhecido por ser delator do ex-governador André Puccinelli na Lama Asfáltica.
A operação decorre de inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.
A investigação – Toda a ação deriva das afirmações feitas pelos delatores. Na planilha entregue à operação Lava Jato, os empresários Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).
Segundo o despacho do ministro Feliz Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o MPF (Ministério Público Federal) relata que esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309,00 aos integrantes do grupo denunciado.
A soma foi calculada pela investigação, consta em trecho do pedido de busca e apreensão, prisão e medida cautelar diversa da prisão feito pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A decisão é do dia 3 de setembro. Significa que a PF (Polícia Federal) levou seis dias para planejar a força-tarefa, que foi às ruas de Mato Grosso do Sul e de cidade do Pará na manhã desta quarta-feira (12).
A Operação Vostok apurou ainda que as fraudes causaram prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres estaduais, entre 2014 e 2016.