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Política

Sobe para 17 número de bolsonaristas de MS presos

Na lista, há nascidos ou residentes em MS e alguns já foram liberados, com uso de tornozeleira

Guilherme Correia, Idaicy Solano e Silvia Frias | 20/01/2023 10:45
Invasão em Brasília no dia 8 de janeiro depredou prédios públicos na capital federal. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)
Invasão em Brasília no dia 8 de janeiro depredou prédios públicos na capital federal. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Ao menos 17 nascidos ou moradores de Mato Grosso do Sul foram listados pela Polícia Federal como envolvidos na invasão da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro. O Campo Grande News havia identificado 11 listados, mas outros seis apareceram em levantamento feito pela reportagem nesta sexta-feira (20).

Uma das pessoas é Franceli Soares da Mota, de 51 anos. Conforme apuração da reportagem, ela já foi proprietária de empresa de informática em Campo Grande, entre 2005 e 2018, quando o registro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) foi encerrado. Franceli passou em audiência de custódia no dia 15 de janeiro e não consta que tenha sido liberada ou recebido tornozeleira eletrônica.

Joci Conegones consta na lista de presos em Brasília. (Foto/Reprodução)
Joci Conegones consta na lista de presos em Brasília. (Foto/Reprodução)

Além dela, Joci Conegones Pereira, de 52 anos, tem empresa de engenharia na Capital e mora no Bairro Aero Rancho. Segundo a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal, ele passou por audiência de custódia em 17 de janeiro.

Valeria Arruda Gil, de 30 anos, é campo-grandense, mas mora em Campo Mourão (PR). Ela também já constou como sócia de empresa de administração, de Campo Grande, registrada em seu nome. Na página dela, constam postagens de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Familiares de Valéria ainda moram em Mato Grosso do Sul. No site do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), consta processo de partilha de bens, aberto em 2013, referente a um lote no Jardim Serra Azul envolvendo o pai e a irmã dela.

Silvia Adriana Nogueira dos Santos é nascida em São Paulo, mas mora em Dourados, passou por audiência no dia 16 e continua presa. Segundo apurou a reportagem, Silvia está desempregada, mas desenvolve projeto de compras inteligentes. Completou 50 anos enquanto estava acampada, em Brasília. A família não conseguiu contato desde a prisão.

Altino Pereira Bispo é eletricista e mora em Chapadão do Sul. (Foto/Reprodução)
Altino Pereira Bispo é eletricista e mora em Chapadão do Sul. (Foto/Reprodução)

Altino Pereira Bispo é outro listado entre os presos. Levantamento sobre os dados dele indicam que ele trabalha com instalações elétricas em Chapadão do Sul, mas é do Piauí. Foi liberado em 18 de janeiro, com tornozeleira eletrônica.

Também foi preso em Brasília Ilson Cesar Almeida de Oliveira, de 45 anos. Não há informação recente de que ele ainda more em Mato Grosso do Sul, mas consta que foi casado com uma assentada em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, sendo citado na lista da Agehab, quando ela ganhou lote.

Os demais, que já foram identificados anteriormente, são Antônio Plantes da Silveira, Diego Eduardo de Assis Medina, Djalma Salvino dos Reis, Eric Prates Kobayashi, Fabio Jatchuk Bullmann, Fabrício de Moura Gomes, Ivair Tiago de Almeida, José Paulo Alfonso Barros, Mário José Ott e Rodrigo Ferro Pakuszewski.

A reportagem tentou falar com todos os citados, por meio de contatos disponibilizados publicamente, mas não obteve retorno. O espaço segue em aberto.

Prisão - Todos foram presos por participação nos atos ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.

O processo, que corre em segredo de Justiça, envolve bolsonaristas de todo o País, sendo que 140 deles seguem encarcerados. Até o final desta semana a expectativa da Corte é de que 1.459 casos sejam avaliados. As atas das audiências de custódias foram entregues ao ministro Alexandre de Moraes na terça-feira (17).

Embora seja apenas um processo, os casos são analisados um a um e o critério para conversão do flagrante em preventiva foi a conduta tomada pelos envolvidos no dia dos ataques. Atos considerados ilícitos e gravíssimos, executados com intuito de ameaçar, coagir e impedir o exercício dos poderes constitucionais, não tiveram perdão.

As prisões preventivas, segundo informou o STF, ocorreram para garantir a ordem pública e a efetividade das investigações.

Silvia Adriana passou aniversário no acampamento, em Brasília. (Foto/Reprodução)
Silvia Adriana passou aniversário no acampamento, em Brasília. (Foto/Reprodução)

Já aos que conseguiram liberdade, Moraes considerou que “embora haja fortes indícios de autoria e materialidade na participação dos crimes, especialmente em relação ao artigo 359-M do Código Penal (tentar depor o governo legalmente constituído), até o presente momento não foram juntadas provas da prática de violência, invasão dos prédios e depredação do patrimônio público".

No entanto, os 60 radicais liberados não podem se ausentar de seus domicílios no período noturno e finais de semana, devem usar tornozeleira eletrônica a ser colocada pela Polícia Federal de Brasília, devem se apresentar aos juízos das respectivas comarcas às segundas-feiras, não podem deixar o País e têm de entregar seus passaportes à Justiça dentro de cinco dias, pois serão cancelados.

Além disso, documentos de porte de arma de fogo e certificado de registro para realizar atividades de colecionamentos de armas, tiro desportivo e caça também perderão a validade. Por fim e não menos importante, já que a mobilização do grupo ocorre basicamente via internet, eles estão proibidos de utilizar redes sociais e de manter comunicação com outros envolvidos por qualquer meio.

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