Zeca, Bernal, PSB e PC do B discutem programa em comum para 2018
Partidos se reúnem em Campo Grande e, antes de falarem em alianças, tentam costurar projetos em comum a serem apresentados na disputa de 2018; objetivo é atrair mais nomes da esquerda
Dirigentes de partidos de esquerda e do chamado “campo progressista” se reuniram na manhã desta segunda-feira (11) em Campo Grande, a fim de discutirem uma estratégia em comum para as eleições de 2018 no Estado. O encontro colocou na mesma mesa o deputado federal Zeca do PT e o ex-prefeito Alcides Bernal (PP), que ensaiaram uma aliança na gestão do ex-chefe do Executivo da Capital em 2013 –quando Zeca foi vereador–, além do prefeito de Coxim, Aluísio São José (PSB) e Mário Fonseca (PC do B).
Apesar da reunião conjunta, seus participantes evitaram falar em alianças para o ano que vem. Isso porque os partidos devem ter caminhos próprios na eleição nacional ou já avaliam projetos independentes para o ano que vem também no Estado. A intenção seria discutir propostas comuns entre as legendas para a composição de seus eventuais programas de gestão.
“O que se discute neste momento em Mato Grosso do Sul é uma indicação de programa em comum do campo progressista”, destacou Bernal, que preside o PP em Mato Grosso do Sul. O ex-prefeito reforçou a necessidade de atrair outros partidos para o grupo, como o PDT, presidido por João Leite Schimidt, e o PV do ex-vereador Marcelo Bluma. “Precisamos dialogar com uma frente ainda maior de partidos”.
PDT e PV, assim como o Psol, também foram lembrados por Zeca, que neste ano assumiu a direção regional do PT. Ele frisou a necessidade de compor um programa para 2018. “Qual será o compromisso com os indígenas, quilombolas, com o pessoal da agricultura familiar e da reforma agrária”, pontuou o deputado federal.
Centro-esquerda – “Nós da centro-esquerda temos de ter compromisso, em primeiro lugar, com a estratégia programática para Mato Grosso do Sul e para o Brasil”, declarou Aluísio São José, prefeito de Coxim e presidente regional do PSB. Segundo ele –que já esteve presente nas convenções regionais do PSDB e do PMDB, neste ano, como “cortesia” aos dirigentes dessas agremiações–, a discussão de um programa é importante em um momento no qual outros partidos avaliam nomes para a disputa.
Fonseca, dirigente do PC do B, concordou. “É importante que neste momento não falemos em nomes, tão somente”, sinalizou. Ele lembrou que seu partido tem a deputada federal Manuela D’Ávila (RS) como pré-candidata à Presidência da República, assim como o PT deve defender o nome de Lula e, no Estado, já apresentou o ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci, como possível concorrente ao governo. “É um momento de acúmulo de discussões programáticas”.
Amaducci, aliás, afirma que o PT já realizou plenárias em cinco cidades do Estado para discutir um programa de governo, baseado em plataformas apresentadas nacionalmente pelo PT. “Podemos a partir de agora fazer plenárias temáticas em conjunto com estes partidos que identifiquem propostas em comum para o Estado”.
Pluralidade – A reunião foi provocada por Zeca, Amaducci, pelo secretário-geral do PT, Vladimir Ferreira (presidente da Câmara de Coxim), e pelo deputado federal Vander Loubet (PT). Este considerou que a composição de várias pré-candidaturas é necessária para o ambiente político. “Nós achamos legítimo que todos dialoguem entre si, sem fechar portas para ninguém. Estamos em um momento delicado no Estado e no país que é importante que se oxigene a política”, disse.
Nos partidos participantes do encontro, além de Amaducci, há outras pré-candidaturas. Zeca do PT é lembrado para concorrer ao Senado no ano que vem, assim como Bernal –que também é visto como nome viável para outros projetos eleitorais. Já o PSB tem no presidente da Cassems, Ricardo Ayache, e no ex-prefeito de Dourados, Murilo Zauith, potenciais concorrentes na disputa de 2018.