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Reportagens Especiais

Com temperatura acima dos 40°C, MS teve a maior bolha de calor da história

Ricardo Campos Jr. | 31/12/2014 09:52
2014 teve onda de calor mais longa, mas não foi o ano mais quente de todos. (Foto: Marcelo Calazans)
2014 teve onda de calor mais longa, mas não foi o ano mais quente de todos. (Foto: Marcelo Calazans)
Casal curte parque da Capital debaixo de sombra para enfrentar o calor (Foto: Marcelo Calazans)
Casal curte parque da Capital debaixo de sombra para enfrentar o calor (Foto: Marcelo Calazans)

Com a população acostumada a ter dias quentes e secos, Mato Grosso do Sul nunca teve um ano com um período de calor tão longo como em 2014. Com temperatura que chegou a passar dos 42°C, mas que não quebrou o recorde histórico, foram 12 dias em que essa situação se repetiu, quando o normal é que não passasse de cinco dias, segundo o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Marcelo Schneider.

O que aconteceu foi que um fenômeno, que pode ser metaforicamente chamado de “bolha de calor”, formou-se sobre o estado. “Houve um bloqueio atmosférico. Os ventos tiveram movimentos de cima para baixo, inibindo a formação de nuvens, e, quando chegavam à superfície, aqueciam o tempo e diminuíam a umidade”, explica. Consequentemente, são bloqueadas a umidade que vem da Amazônia e as frentes frias que vêm do sul, as únicas coisas que poderiam aliviar o calor.

Segundo Schneider, as pessoas tinham a sensação de que a pele estava queimando ao andar expostas ao sol. Isso porque, diferente do mormaço de verão, o tempo seco dificulta a transpiração. “O fenômeno foi bem localizado entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essas duas regiões tiveram recordes de temperatura”, afirma.

O bloqueio atmosférico começou a ser registrado no dia 19 de outubro. Nesse dia, fez 40,8°C em Porto Murtinho, anunciando o que viria a seguir. No dia 17, além desse município, outros 10 superaram essa marca, sendo eles Três Lagoas (42,2°C), Água Clara (42,5°C), Jardim (40,9°C), Juti (41°C), Rio Brilhante (40,9°C), Cassilândia (40,2°C), Itaquiraí (40,4°C), Ivinhema (40,3°C), Dourados (40,1°C).

A maior temperatura, no entanto, foi no dia 15 de outubro, em Coxim, quando foram os termômetros marcaram 42,9°C. A partir daí houve quedas gradativas até o último dia de bloqueio, 8 de outubro, quando a máxima do dia foi 38,4°C, nesse mesmo município.

Segundo dados do Inmet, trata-se da terceira maior temperatura registrada na história de Mato Grosso do Sul. Corumbá ainda leva o título de município mais quente quando, em 15 de novembro de 1962, registrou a marca de 43,8°C e no dia seguinte, 43°C.

Já em Campo Grande, 2014 pode ser considerado o ano mais quente, pois até então, o máximo registrado na capital sul-mato-grossense havia sido 39,7°C em 17 de novembro de 1985, enquanto este ano, no dia 15 de outubro, a máxima na cidade foi de 40,2°C.

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