Campo-grandenses relatam sonho de viagem ao Corinthians
Mais um passo rumo ao sonho que move milhões de crianças e adolescentes brasileiros: o de se tornar jogador profissional. Viajar no conforto de um ônibus leito fretado e seguir todo o ritual de uma delegação de futebol com horários de deslocamentos, acordar, tomar café da manhã, treinar, almoçar, treinar, jantar e às 22h cada um no seu quarto do hotel para dormir e repetir tudo novamente no dia seguinte.
Foi o que vivenciaram os 46 atletas das categorias Sub-13, Sub-15 e Sub-17 do Chute Inicial Corinthians Funlec, escola de futebol licenciada aberta em Campo Grande pelo clube paulista em parceria com a Fundação Lowtons de Educação e Cultura, em 2019, que viajaram a São Paulo para um período de treinos de avaliação no Parque São Jorge, sede do Corinthians, entre os dias 31 de agosto e 04 de setembro.
A programação que também teve quatro jogos amistosos diante de times da unidade de futebol de base do Corinthians no bairro de Itaquera, na zona leste de São Paulo, um intercambio valioso para o desenvolvimento dos atletas, foi fechada com a garotada campo-grandense na Neo Química Arena para assistir ao jogo entre Corinthians x Internacional pela Série A do Campeonato Brasileiro, que terminou empatado em 2 a 2.
Logo que a delegação chegou a Neo Química Arena, cinco atletas sorteados pelos treinadores - Luan Gavioli, Davi Sumida, Leonardo Lopes, José Henrique Miyoshi e Kaique Bertan - foram conduzidos pelo coordenador Paulo Nonato de Souza até a sala de aquecimento para assistir ao pré-aquecimento dos jogadores do Corinthians: “Ver os jogadores tão de perto, um sonho realizado”, disse Sumida. “Muito massa, nem acredito”, afirmou Miyoshi. “Cara, adorei, fiz muita foto”, declarou Kaique. “Experiência muito legal, poder conhecer os jogadores do Corinthians ali tão de perto”, disse Luan. “Foi um momento incrível”, disse Leo Lopes.
Como diz a música da banda mineira Skank: “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”. Mas o sonho não é só dos garotos, é também das meninas. Na delegação também estavam Ana Beatriz, 17 anos, e Suzanny Byanka, 15 anos. “Estive antes no Parque São Jorge em duas avaliações, em maio, e agora poder ver um jogo do Corinthians na arena fico sem palavras, algo para o resto da vida”, disse Suzanny, filha de pai pedreiro e mãe diarista.
“Do que mais eu gostei nessa viagem? Gostei de tudo, do ônibus, do hotel, do café da manhã no hotel, da alimentação, dos treinos e dos treinadores no Parque São Jorge, do jogo do Corinthians na arena. Não tem como esquecer tudo isso”, disse Willkerson Borges, o Will, goleiro de 16 anos, que há dois anos perdeu a mãe e atualmente vive com o padrasto e quatro irmãos, todos menores, no bairro Noroeste, na periferia de Campo Grande.
Quando você tem essa experiência no seu time do coração, o sentimento é ainda mais especial. É o caso do Matheus Melo, goleiro do Sub-13, filho de pai caminhoneiro e mãe enfermeira. “Cara, muito legal, muiiiito. Sou corintiano, nasci Corinthians, e pensar que estou aqui na casa do Corinthians, é inacreditável, parece que estou sonhando”, disse ao pisar o gramado do Campo 2 do Parque São Jorge pela primeira vez.
Realizar o sonho de virar um astro do futebol não é tarefa fácil, é um caminho que, além de talento, exige muita dedicação aos treinos, disciplina e força de vontade. É preciso ter em mente que todo o seu esforço pode valer a pena e os 46 atletas da unidade Campo Grande do Chute Inicial que estiveram nessa viagem ao Corinthians tiveram a oportunidade de ver como tudo isso funciona de verdade.
“O que todos eles viveram nesses cinco dias vai ficar para o resto da vida, mesmo que nenhum deles vire jogador”, disse o engenheiro Camillo Vieira de Lima Neto, pai de dois alunos da unidade campo-grandense, Isaac, Sub-15, e Camillo, Sub-11, que viajou de carro a São Paulo com o restante da família e se hospedou no mesmo hotel da delegação. O filho mais novo, o Camillinho, já um exemplo de quem tem foco no seu objetivo, aproveitou a viagem e treinou dois dias em sua categoria no Parque São Jorge.
Luiz Roberto Pires, ex-presidente da Funlec e atual diretor Pedagógico da instituição, foi o responsável pela criação da unidade de base corintiana em Campo Grande, e viajou com a delegação a convite do Chute Inicial. Juiz de Direito aposentado e corintiano apaixonado por futebol, ele fez parte da comissão técnica junto com o coordenador Paulo Nonato de Souza e dos treinadores Altimar Brito, Paulo Brito e Cleidir Mota.
“O objetivo da Funlec ao trazer o Chute Inicial Corinthians para Campo Grande não é apenas revelar talentos para o futebol, isso também, claro, mas o mais importante é contribuir com o social e na formação do cidadão e cidadã, o desenvolvimento humano vem em primeiro lugar. Estou feliz porque vejo que estamos no caminho certo”, comentou Luiz Roberto Pirez em um breve discurso ainda no ônibus.
Na chegada da delegação ao Cedesc-Funlec, onde funciona o Centro de Treinamento do Chute Inicial Corinthians, em Campo Grande, no início da tarde desta segunda-feira, 06, os pais estavam ansiosos e com saudade dos filhos, mas também emocionados pela experiência vivida pelos filhos. Com os olhos cheios de lágrimas, Celso Manuba Sumida, pai do Davi Senzo Sumida, Sub-15, agradeceu a comissão técnica pela oportunidade ao filho. “Estou tão feliz e emocionado que nem consigo falar. Obrigado, obrigado”.