Com mirante privilegiado e trilha, Pão de Açúcar de MS é maior que o original
Pico do morro em Porto Murtinho nunca foi desbravado devido à mata fechada
Visitar o Rio de Janeiro e não subir o Pão de Açúcar de bondinho é certeza de arrependimento. O complexo de morros que inclui o da Urca e Babilônia é o segundo cartão postal do Brasil, depois do Cristo Redentor. O que poucos sabem é que Mato Grosso do Sul tem seu próprio Pão de Açúcar, e mais alto, com subida por trilha e mirante contemplativo do Pantanal do Nabileque, do Chaco, áreas do Paraguai e de Porto Murtinho.
No nível médio do mar, o sul-mato-grossense tem mais de 550 metros, enquanto o carioca mede 396 metros. Forrada por savana-estépica, um tipo de vegetação tropical, a montanha é margeada pelas águas do Rio Paraguai e integra o Fecho dos Morros, um dos pontos mais altos da região.
O “trilheiro” pira só de imaginar a possibilidade de se aventurar morro a cima. A subida de mais de 1800 pés é conciliada com galhos, rochas e animais silvestres. Mas o topo da montanha ainda não foi inaugurado. Os grupos que já subiram se mantiveram numa base metros antes do fim.
O mirante conta com uma torre elétrica que garante sinal para celular e, claro, presenteia o aventureiro com uma bela visão panorâmica da riqueza pantaneira de muito verde e água doce.
Um pouco da história - Porto Murtinho é a única cidade do mundo 100% cercada por dique, e já fez parte de três estados e um território federal: Mato Grosso, Estado de Maracaju, Território Federal de Ponta Porã e Mato Grosso do Sul. Com uma das maiores áreas indígenas do Brasil, Murtinho também foi sede da maior empresa extrativista do mundo, a Companhia Mate Laranjeira.
Conforme o professor e historiador Braz Leon, que divulgou estudos sobre a história Fecho dos Morros em Porto Murtinho e da Caracterização Histórica Básica de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a região foi palco do maior conflito armado da América do Sul, travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. “A demarcação da fronteira entre o Paraguai e o Brasil teve como ponto de partida Porto Murtinho, na foz do Rio APA, antigo rio Piray (sic)”.
Dentre tanta história, reza a lenda que, apesar de várias tentativas, o Fecho do Morros, onde também se localiza o Morro Pão de Açúcar, nunca foi ocupado por nenhuma força militar brasileira. Umas das provas da resistência às diversas tentativas de ataque à região são “construções rudimentares em pedra, em forma de trincheira, que existem até hoje (sic)”.
A localização estratégica do município e a proximidade com importantes cidades turísticas como Jardim e Bonito, o Pantanal do Nabileque, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, seis aldeias indígenas, Parque Municipal Cachoeira do Apa, fazem de Porto Murtinho um mercado em potencial para cultura, turismo e negócios. Atualmente, a região é dominada pelo turismo da pesca, mas trilhas já foram realizadas na estrutura montanhosa.
O Morro Pão de Açúcar pantaneiro é uma homenagem ao morro carioca pela semelhança. Apesar de mesmo nome, o daqui não tem um bondinho e também não é aberto ao público, por estar localizado dentro da Fazenda Porto Conceição, propriedade do ex-prefeito Nelson Cintra, que disponibilizou as imagens e vídeo da região à reportagem do Lado B.
As imagens são surpreendentes e mostram a beleza da região sul-mato-grossense.
Confira abaixo vídeo da região e mais fotos de arquivo da Fazenda Porto Conceição.
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