Conheça o lugar de onde vem os melhores vinhos do Chile
Basta uma leve esfriada que o campo-grandense troca o chope pelo vinho. É quando os encontros acontecem nas adegas dos supermercados e não nos bares. O vinho preferido, o melhor, desde que seja de procedência chilena. Dos mais em conta, como o Reservado, aos mais caros, tipo o Almaviva, ambos produzidos no Chile, claro. Essa é a fama.
Se você está entre os que preferem vinho chileno, então vai gostar de saber que o Vale do Colchagua, na região central do Chile, guarda a melhor rota do vinho do país. É onde são produzidos renomados vinhos tintos como o Cabernet Sauvignon, variedade mais cultivada no país, Carménère e Merlot. Com vinícolas muito bem estruturadas para receber visitantes, paisagem montanhosa cheia de vinhedos e hotéis pra lá de românticos. Fica a 200 km de Santiago, ou seja, não é nada difícil fazer um passeio bate e volta.
Mas, o melhor mesmo é passar pelo menos uma noite no vale, pois leva-se quase duas horas e meia para chegar até a região desde Santiago. Muitas agências da capital chilena vendem tours de um dia até lá. Uma forma diferente de fazer o passeio é pegando o trem Sabores del Valle, que parte de Santiago um sábado por mês e conta com degustação de vinhos e música ao vivo a bordo.
De Santiago, além do trem Sabores del Valle, partem ônibus para Santa Cruz, comuna da província de Colchagua cujos arredores abrigam a maior parte dos hotéis da região, diariamente do Terminal Sur. De Santa Cruz, dá para pegar um táxi no terminal para o hotel. Também é possível alugar um carro e dirigir da capital até o vale; quem opta por rodar por lá sem carro pode fechar tours com transporte incluso às vinícolas.
AS VINÍCULAS - No Vale do Colchagua as uvas tintas são responsáveis por 87% da produção local, enquanto as brancas ficam com os 13% restantes. O diferencial está no clima temperado mediterrâneo da região: a zona é protegida tanto pela cordilheira da Costa quanto pela dos Andes e é quente e seca, apesar de receber a brisa desde o oceano Pacífico e do rio Tinguiririca, o que torna o clima ideal para o crescimento saudável dos vinhedos.
Parreiras com mais de cem anos produzem exemplares de alta qualidade graças às técnicas usadas pelos produtores locais, que incluem mapeamento do terreno por satélite, plantio em encostas e o uso de clones (técnica que cria uma padronização genética das plantas, evitando a propagação e desenvolvimento de doenças).
As vinícolas são o grande atrativo turístico do vale. Os passeios pelos vinhedos são guiados e incluem degustação – a vista das parreiras que encobrem as encostas durante boa parte do ano é um espetáculo à parte. É possível almoçar nas bodegas enquanto se prova os rótulos, sempre harmonizando comida e bebida.
Uma boa dica é visitar a mais antiga vinícola da região, a Casa Silva, que tem estrutura bem voltada para receber famílias. Por lá os visitantes encontram uma interessante coleção de carros antigos em exposição. Há também a Casa Lapostolle, sinônimo de sofisticação, arquitetura moderna e sustentabilidade no Vale do Colchagua.
Na Viu Manent, fundada em 1935, é possível andar a cavalo e desfrutar de uma ótima refeição no restaurante Rayuela Wine & Grill, com paredes envidraçadas com vista para os vinhedos. Cinematográfica, a propriedade recebe muitas festas e casamentos. Já a Viña Montes é mais recente, de 1988, e é uma das precursoras dos vinhos chilenos de altíssima qualidade. Lá fica o restaurante Fuegos de Apalta, comandado pelo chef Francis Mallmann, o "rei do churrasco argentino".
VOO DESDE CAMPO GRANDE - Ficou curioso para circular pelo Vale do Colchagua e provar os melhores vinhos chilenos? Então que tal incluir o destino em seu roteiro de viagem para o Chile? A dica é do site Vamos Viajar, da companhia aérea Latam que, semanalmente, oferece voos para o Chile a partir de Campo Grande. Por exemplo, se a ideia for aproveitar o feriadão de Tiradentes, em abril, a área tem voo saindo da capital sul-mato-grossense para Santiago por R$ 1.927,58 ida e volta com embarque no dia 19/04 e retorno no dia 23/04.
Se não puder ir em abril, quem sabe no feriadão do Dia do Trabalhador. Este ano o 1º de maio cai numa segunda-feira. De acordo com o Vamos Viajar, vale a pena se programar para visitar o Vale do Colchagua durante a época de colheita das uvas, que acontece entre fevereiro e maio. Durante esses meses, as bodegas oferecem experiências especiais para os visitantes, que podem colher as uvas e até participar da "pisa", amassando, simbolicamente, as frutas com os pés.