ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 27º

Lugares por Onde Ando

Esperança do turismo regional, rodovia paraguaia já está 23% concluída

Estratégica para a rota bioceânica, Transchaco terá em Porto Murtinho a última parada brasileira entre o Atlântico e o Pacífico

Paulo Nonato de Souza | 10/03/2020 10:23
Do total de 277 km, a rodovia Transchaco já tem 23,10% da pavimentação concluída, segundo dados do Ministério de Obras Públicas do Paraguai (Foto: Divulgação)
Do total de 277 km, a rodovia Transchaco já tem 23,10% da pavimentação concluída, segundo dados do Ministério de Obras Públicas do Paraguai (Foto: Divulgação)

A obra que deve mudar a realidade do turismo, e de outros setores da economia em Mato Grosso do Sul, segue em ritmo animador menos de um ano depois de iniciada. É a pavimentação da rodovia PY-09, batizada de Transchaco, por cortar a região do Chaco, uma espécie de Pantanal paraguaio, considerada fundamental para a interligação rodoviária entre os oceanos Atlântico e Pacífico pelo chamado corredor bioceânico Brasil-Chile.

Iniciada em julho de 2019, a rodovia que liga o município de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, a partir de Carmelo Peralta, no Alto Paraguai, a Loma Plata, na região da fronteira paraguaia com a Argentina, está com 65 km de pavimentação concluída, algo em torno de 23,10% do total de 277 km, segundo o Ministério de Obras Públicas do Paraguai.

A pavimentação da rodovia está sendo executada em duas frentes, uma a partir de Carmelo Peralta e a outra desde Loma Plata. “Os trabalhos estão em ritmo intenso nas duas frentes e no momento estamos aproveitando a trégua das chuvas na região para a execução da terraplanagem, canalização de passagem de água e depois a primeira base com cimento, cal e o colchão de pedras antes da lama asfáltica”, disse o engenheiro civil Jose Daniel Sotomayor Llano, responsável pelo trecho a partir da fronteira com Porto Murtinho.

Se do lado sul-mato-grossense a pavimentação da rodovia significa inserir Porto Murtinho no mapa do turismo internacional, no lado paraguaio o foco turístico é a região do Chaco, que tem uma estação biológica com área de 3 mil hectares de mata natural, denominada Pantanal Paraguaio, como um de seus principais atrativos, além do fato de ter sido cenário do conflito armado entre Paraguai e Bolívia no período de 1932 a 1935, historicamente a guerra territorial mais longa da América do Sul.

O asfalto corta o Chaco, região de ecoturismo e uma espécie de Pantanal paraguaio, que tem uma estação biológica como um de seus principais atrativos (Foto: Reprodução)
O asfalto corta o Chaco, região de ecoturismo e uma espécie de Pantanal paraguaio, que tem uma estação biológica como um de seus principais atrativos (Foto: Reprodução)

Histórico da obra - A integração bioceânica nesta parte da América do Sul só estará pronta com a pavimentação de 220 km da rodovia que liga Loma Plata a Pozo Hondo, na Argentina, mas o cronograma do consórcio que executa a obra entre Carmelo Peralta e Loma Plata, formado pelas construtoras Queiróz Galvão, do Brasil, e a OchoA, do Paraguai, prevê a conclusão do asfalto em junho de 2022.

O trajeto Carmelo Peralta-Loma Plata se tornará realidade para os viajantes em março de 2023, quando estará concluída a ponte de 680 metros de extensão sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Assim, Porto Murtinho será a última parada do lado brasileiro do destino rodoviário que ligará os oceanos Atlântico e Pacífico.

Partindo de Campo Grande, a ligação rodoviária terá 2.400 Km até o Pacífico, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. As autoridades governamentais avaliam que a bioceânica reduzirá em 17 dias o trajeto de viagem dos produtos agrícolas de Mato Grosso do Sul até o mercado asiático, embarcados nos portos chilenos, ao invés de usar os terminais de Paranaguá (PR) e de Santos (SP).

“Há um forte entendimento de todos os países envolvidos sobre a importância desse projeto para o desenvolvimento econômico e social dessas localidades”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Nos siga no Google Notícias