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O que vi na noite de 6 de março de 1982 no Estádio Morenão

Paulo Nonato de Souza | 06/03/2022 11:15
Tema sempre cercado de curiosidades: com a equipe do repórter Kiko Menezes em matéria sobre o OVNI no Morenão para o Esporte Espetacular em 2015 - Foto: Arquivo pessoal)
Tema sempre cercado de curiosidades: com a equipe do repórter Kiko Menezes em matéria sobre o OVNI no Morenão para o Esporte Espetacular em 2015 - Foto: Arquivo pessoal)

O que você viu naquela noite de 6 de março de 1982 no Estádio Morenão? É a pergunta que ouço há exatos 40 anos, completados neste domingo, 6 de  março de 2022. A resposta tem sido a mesma, sempre: Se era um OVNI (Objeto Voador Não Identificado), não sei dizer, mas aquela coisa de formato arredondado e luminosa, que surgiu sobre a marquise do estádio a partir do Autocine, com certeza não pertencia a esse planeta.

O estádio fervilhava com quase 30 mil torcedores presentes para acompanhar o jogo entre Operário Futebol Clube e Vasco da Gama pela segunda fase do Campeonato Brasileiro. A bilheteria do estádio registrou 25.574 pagantes. Nada mal para uma noite de sábado com os operarianos entusiasmados e felizes por ver em campo o seu time forte e competitivo.

Eram grandes jogadores de parte a parte. De um lado, Arthurzinho, Pastoril, Kleber Gouveia, Cocada e Jones pelo Operário; do outro, Pedrinho Vicençote (não é o atual comentarista), Roberto Dinamite e Claudio Adão pelo Vasco. Aquele povo todo nas arquibancadas do estádio poderia esperar de tudo, belas jogadas, belos gols ou até algumas pixotadas, mas nem de longe imaginava entrar para a história como parte do maior avistamento coletivo de algo que 40 anos depois continua não identificado.

O jogo terminou com vitória do Operário por  2 a 0, gols do atacante catarinense Jones (Jones Roberto Minosso), que morreu no dia 15 de novembro de 1999, vitima de afogamento, enquanto pescava com amigos em Lages (SC). O time campo-grandense abriu o placar logo aos 17 minutos do primeiro tempo. Tudo corria conforme o esperado pelos operarianos, todas as atenções voltadas para o gramado, quando aparece aquele objeto luminoso sobre o estádio, vindo do centro de Campo Grande. Surgiu por entre as torres de iluminação e sem fazer nenhum barulho, nenhum tipo de ruído.

De onde eu estava como repórter da Rádio Cultura e do jornal Correio do Estado, atrás do gol do placar eletrônico, tive a impressão de que aquilo viria na minha direção. No primeiro momento pensei que fosse um avião com paraquedistas. Afinal, era comum paraquedistas saltarem no Morenão como atrações pré-jogo nos dias de grandes jogos, especialmente do Campeonato Brasileiro. Mas, aos domingos e em plena luz do dia, nunca à noite, e logo descartei essa possibilidade. E mais: a partida já estava em andamento.

Foi uma cena rápida, mas tudo tão inusitado quanto indescritível como algo normal e do nosso cotidiano. Nada parecido com o que estamos acostumados a ver. Por exemplo, se fosse um avião desses de pequeno porte de onde saltam os paraquedistas ou até mesmo um helicóptero, de pronto seria identificado. E aquele objeto fez o que, provavelmente, nada que um equipamento aéreo russo ou americano fosse capaz de fazer, mesmo 40 anos depois.

Foram duas paradas no ar e dois deslocamentos tão rápidos quanto um piscar de olhos num espaço de menos de 200 metros. A primeira parada foi sobre a marquise do estádio, logo que surgiu vindo da direção do Autocine, como quem avaliasse se a expedição valeria a pena, e outra na altura do centro do gramado.

Os dois deslocamentos em altíssima velocidade foram a partir da marquise para o centro do gramado e a arrancada final por sobre a arquibancada descoberta, uma espécie de saída triunfal. Tenho em minha mente a cena da paradinha daquela luz silenciosa no centro do gramado com o lateral-direito Cocada, então uma jovem promessa do futebol campo-grandense, que naquele jogo substituía o titular Lotti, suspenso, e o árbitro José de Assis Aragão, ambos olhando para o céu estrategicamente postados embaixo do objeto.

Eu estava lá, bem atrás do gol à direita das cabines de rádio, e vi o que vi. Não posso afirmar que se trava de extraterrestres, mas tenho a certeza de que não era um equipamento aéreo desse mundo. Ah, sobre isso sigo com a mesma certeza absoluta.

O ex-lateral Cocada estava em campo, fez a jogada do segundo gol do atacante Jones na vitória do Operário por 2 a 0 - Foto: Arquivo/CGNews
O ex-lateral Cocada estava em campo, fez a jogada do segundo gol do atacante Jones na vitória do Operário por 2 a 0 - Foto: Arquivo/CGNews


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