Projeções e mudanças no turismo após um ano da volta das viagens
Quando o turismo voltará a operar como era antes da pandemia? Talvez nunca. Mas é fato que o avanço da vacinação contra a Covid-19 já reflete positivamente e o setor já faz projeções mais otimistas sobre a recuperação, que admite seguir passo a passo até atingir níveis próximos ao que tínhamos no pré-coronavírus, em meados de 2022.
Desde a declaração oficial de pandemia no Brasil, em março de 2020, já se passaram quase dois anos, e um ano após a retomada das atividades turísticas em Mato Grosso do Sul, completados agora no mês de julho, é inegável que o turismo mudou. Além do uso de máscara e higienização constante das mãos com álcool em gel, os viajantes passaram a exigir acomodações mais isoladas, como espaços focados em distanciamento social, privacidade, ventilação de todos os ambientes, com preferência por destinos de natureza sem aglomerações e atividades ao ar livre.
Bonito, principal destino de ecoturismo de Mato Grosso do Sul, além de ser um lugar onde a maioria das atividades turísticas acontecem ao ar livre em meio a natureza, já trabalhava sob regras de biossegurança, mesmo antes da pandemia de Covid-19. Faz parte da cultura local os passeios organizados em grupos reduzidos de pessoas como medida de segurança dos visitantes e preservação do meio ambiente.
“O modelo de ecoturismo praticado na região de Bonito sempre foi de visitação controlada, com empreendimentos que seguem licenças ambientais para operação, e todos trabalham com horários específicos e limite de pessoas por grupo. Desta forma, não há aglomeração de pessoas nos passeios, gerando uma sensação de segurança e exclusividade para quem visita”, diz nota enviada ao Campo Grande News, pela assessoria do Grupo Rio da Prata, responsável pelos atrativos Recanto Ecológico Rio da Prata e Estância Mimosa, em Bonito, e Lagoa Misteriosa, em Jardim.
Um ano depois - Em 2020, o fatídico ano da chegada da pandemia, o turismo permaneceu fechado por vários meses nos principais destinos em Mato Grosso do Sul. Os municípios de Miranda e Bodoquena, na região do Pantanal, foram os primeiros a abrirem seus atrativos, em 15 de junho, seguidos por Bonito, em 01 de julho. Foram quatro meses de 100% de paralisação das atividades.
“O controle de visitas ficou ainda mais evidente com protocolos implantados em diferentes segmentos, zelo redobrado para receber os turistas em segurança, credibilidade e saúde. Nos esforçamos, nos comprometemos e acreditamos que atendemos as exigências necessárias com muita responsabilidade para a atuação do setor nesse momento, com o intuito de proporcionar momentos especiais e seguros na natureza preservada de Bonito e região", afirma nota do Instituto de Desenvolvimento de Bonito (IDB).
De acordo com dados da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), só nos primeiros seis meses de 2021, o número de visitações nos atrativos turísticos de Bonito chegou a 240.999. A quantidade é 26,97% superior às 189.793 visitas registradas em 2020.
O entendimento geral é de que a recuperação das perdas do turismo com a pandemia só começará para valer quando os índices da vacinação atingirem níveis de imunização em massa em todo o planeta. E isso irá acontecer em momentos diferentes em cada cidade, estado ou região, conforme os dados locais de casos da Covid-19 e números de vacinados. No Brasil, conforme dados atualizados nesta segunda-feira, 02 de agosto, são 42,1 milhões de pessoas totalmente vacinadas, 19,8% da população.
As fronteiras do mundo já começaram a se abrir para os brasileiros. França, Finlândia e Suíça, por exemplo, aceitam a entrada de turistas brasileiros totalmente vacinados, e a Irlanda permite a entrada de qualquer viajante brasileiro, totalmente vacinado ou não. Mas como as regras específicas de cada nação ainda são bastante rígidas, o ideal é seguir focado no turismo doméstico.
De acordo com pesquisa recente do Airbnb, serviço online de acomodações e meios de hospedagem, 56% dos brasileiros entrevistados admitiram que, atualmente, estão buscando destinos domésticos, preferencialmente, perto de casa. Até quem antes da pandemia, nunca olhou para o Brasil como opção de viagem, está optando por fazer turismo no país e descobrindo “novos” destinos.