Cinco medidas emergenciais para os empreendedores em tempos de coronavírus
Uma crise sem precedentes assola o mundo e no Brasil não é diferente. Quarentena, lojas fechadas e comércios parados, os resultados da economia e das empresas despencam e comprometem o fluxo de caixa de muitas organizações.
Segundo a ABCOMM, o cenário mostra crescimento em poucos setores como higiene, saúde, alimentação e vendas on-line. No entanto, a grande maioria dos empreendimentos apresenta um resultado pífio e que nunca na história desse país assustou tantos os líderes e empresários.
O caminho seria então baixar a guarda, jogar a toalha e desistir? Não, jamais! O empreendedor brasileiro é reconhecido pela resiliência e costuma crescer frente às crises e, com elas, aos diversos desafios.
Mas algo precisa ser feito, e rápido, para que a economia e as vendas baixas não decretem a falência das empresas. Hora para replanejar, repensar processos, produtos e maneiras de atuar.
A seguir, 5 medidas válidas para o empreendedor que deseja minimizar os impactos da pandemia em seus negócios e que também serão bem úteis no período pós-crise.
1- Presença on-line
- Implantar: nunca foi tão imprescindível implantar um sistema de venda on-line, seja com a construção da própria loja on-line ou vendendo produtos em lojas parceiras como os marketplaces (plataforma em que vários fornecedores vendem seus produtos). E se por acaso isso não for possível, é fundamental atender o cliente de forma digital, seja pelas redes sociais ou pelo WhatsApp.
- Comunicar: apenas implementar o atendimento on-line não adianta. É preciso avisar toda a rede de contatos e impulsionar, multiplicar para que muitos outros clientes possam descobrir o comércio, afinal, não adianta colocar um outdoor no porão.
- Entregar: se o cliente não vai até a loja, a loja deve ir até o cliente. Mas não resolve apenas vender, é preciso atender e entregar produtos e serviços com excelência.
- Encantar: em momentos de crise muitas oportunidades surgem e, uma delas, é o cliente que pesquisa e descobre novos fornecedores. Portanto, é preciso não perder a chance de criar uma ótima primeira impressão. Uma das formas de surpreender é personalizar o produto ou a entrega dele. Para se ter uma ideia, um estudo publicado pela Accenture - 2019 Global Financial Services Consumer Study, mostrou que 75% das pessoas são mais propensas a comprar de empresas que personalizam produtos. E a prova disso é que a venda de tênis personalizados representa 25% do total das vendas deste produto e somou 2 bilhões de dólares em 2019, segundo dado da Business Wire - Global Athletic Footwear Market.
2- Caixa
- Custos: mais do que nunca é hora de cortar custos e gerar receita. Aliás, custos são como unha, precisam ser cortados constantemente. Momento ideal para montar e atualizar a planilha de custos, renegociar com fornecedores, levar em consideração o pacote de benefícios que o governo liberou, como adiamento de impostos, aproveitar a carência dos financiamentos ofertados pelos bancos.
- Receita: nos casos onde o cliente deseja cancelar a compra, como hotéis, passagens aéreas, eventos, festas etc., vale a pena se antecipar e tentar reagendar ao invés de cancelar.
Outro caminho poderoso é ofertar o que se tem de melhor por um preço convidativo, por exemplo, uma hospedagem no final de ano pela metade do preço. Seria algo bom para quem compra, que paga menos, e bom para quem vende, pois ganha fôlego financeiro nesse momento tão vital.
O empreendedor também pode gerar receita nesta fase vendendo algum bem, como moto, carro ou imóvel. Assim, poderá sanar o caixa da empresa e gerar tranquilidade pessoal e profissional.
3- Pessoas
É preciso pensar mil vezes antes de sair correndo para demitir os colaboradores. Isso implicará em ainda mais capital de giro para quitar as demissões. Além disso, os que sempre estiveram ao lado da empresa não podem ser esquecidos. Avaliar a folha de pagamento e negociar com os funcionários, considerando o desempenho de cada um, os resultados que podem trazer e os que concordam em reduzir parte dos salários para continuar no time, pode ser uma boa alternativa.
Envolver o pessoal solicitando ideias para os integrantes, também pode render novas práticas, além de motivar. Afinal, participação gera comprometimento e engajamento.
Hora de fatiar as metas e comemorar até as pequenas conquistas. Hora do líder inspirar e se engrandecer diante das dificuldades, como disse o escritor canadense Eric Walters: “As crises não mudam as pessoas, apenas as revelam”.
4- Tempo
Em tempos difíceis é comum as pessoas olharem mais o “copo meio vazio” do que o “copo meio cheio” dos acontecimentos, mas é preciso considerar os 2 lados da moeda.
O copo meio vazio pode ser considerado os malefícios do vírus, a economia em baixa e a escassez de recursos financeiros. Mas e o copo meio cheio? Sim, agora se tem algo ultra precioso: o tempo. Tempo para fortalecer laços familiares, ler, treinar... Inclusive, há vários cursos on-line de instituições consagradas e até internacionalmente reconhecidas. Deve-se aproveitar ao máximo o tempo para o aperfeiçoamento.
É preciso lembrar que conhecimento é quando se importa informação, enquanto sabedoria é quando se exporta conhecimento. Ou seja: aprende, ensina e aplica.
5- Positividade
A contaminação negativa é nociva. É preciso tomar muito cuidado em época de crise, pois o excesso de notícias negativas e fake news, tendem a contagiar as pessoas e os ambientes de forma negativa. É crucial manter a calma, seguir um passo de cada vez e não confundir situação de vida com vida, ou seja, mentalizar que se trata apenas de um trajeto e não do percurso todo.
E por fim, vale recordar os momentos difíceis já superados pela empresa e pelo País. E, a partir daí, ter a convicção que, mais uma vez, tudo vai passar e todos sairão ainda mais fortes dessa fase tão conturbada.
(*) Erik Penna é especialista em vendas, palestrante de vendas e motivação, autor de 6 livros e mais de 1.000 palestras apresentadas no Brasil e no exterior.