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Nós, contribuintes, continuamos a pagar a conta dos hóspedes do Congresso

Por Júlio César Cardoso (*) | 10/02/2020 06:35

Simplesmente, é um escárnio aos milhões de trabalhadores desempregados e endividados, como também a miríades de brasileiros vivendo de forma miserável abaixo da linha de extrema pobreza, saber que o parlamentar que mais gastou em 2019 foi o líder do PT no Senado Humberto Costa (PE), com despesa de R$ 607,4 mil.

Enquanto o senador pernambucano não se importa com a situação de extrema pobreza dos deserdados brasileiros e gasta de forma implacável o dinheiro da nação, devia ele saber que os 13,5 milhões de pessoas, vivendo no país em condições de extrema pobreza, equivalem à população da Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal, de acordo com dados do Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE.

A pergunta que se impõe fazer ao senador: qual é a explicação em dados concretos de serviços prestados pelo senador que geraram resultados positivos em benefício do bem-estar social e da nação, para justificar a despesa com mandato da ordem de R$ 607,4 mil?

Mas nem tudo converge de forma negativa para os gastos absurdos promovidos pele senador pernambucano. Por exemplo, há deputados que não gastaram um centavo sequer da cota parlamentar ao longo do ano passado: Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Hercílio Coelho Diniz (MDB-MG), ambos os deputados em seu primeiro mandato.

De acordo com notícia do jornal Gazeta do Povo, os referidos deputados, em entrevista, disseram que a política do gasto zero não prejudicou em nada o seu trabalho.

Cabe ponderar que não é somente o senador Humberto Costa, que, de forma perdulária e sem demonstrar nenhuma parcimônia com os gastos públicos, dá prejuízo ao Erário. Outros parlamentares também se comportam da mesma forma.

Os políticos nacionais, com raras exceções, se lançam na vida pública apenas para tirar proveito da coisa pública, resolver os seus problemas pessoais, empresariais, familiares e de amigos. Eles estão pouco se importando com a situação de pobreza social, se o povaréu padece e morre sem ser atendidos nas filas dos hospitais públicos sucateados ou se falta qualidade na educação e segurança.

O Brasil, maltratado por políticos mequetrefes e indecorosos, paga um preço muito alto por não fazer uma reforma política ampla e séria para moralizar o Poder Legislativo, onde temos um Congresso Nacional, inchado e inoperante, repleto de mordomias e sinecuras, dando despesas inúteis ao bolso de cada contribuinte brasileiro.

(*) Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado de Balneário Camboriú (SC).

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